De acordo com índices da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), o nível de utilização da capacidade instalada da indústria em junho deste ano era de 78.6. Em setembro, passou para 81.3 (mesmo índice de março) e em outubro o índice chegou a 82.5.
Segundo estudo realizado na Grande São Paulo e divulgado pela Fundação Seade (Sistema Estadual de Análise de Dados) e pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos), no mês de outubro, 51% dos ocupados na indústria trabalharam a mais que a jornada/hora (44 horas). Em setembro, o número foi de 47,6% e em agosto, 47,1%. Em outubro, em média, a indústria trabalhou 46 horas semanais, contra 45 horas em setembro e 44 horas em agosto. O estudo também revelou que a indústria admitiu 10 mil pessoas de setembro a outubro.
Outra recente pesquisa da Fiesp, referente ao nível de emprego industrial, também indicou melhora da atividade. Registrou crescimento de 0,29% no emprego em novembro em relação a outubro. No acumulado dos 11 meses do ano, há um saldo positivo de quase 10 mil postos de trabalho criados e, para todo o ano de 2003, a Fiesp projeta que o Estado terá entre 2 mil e 5 mil vagas a mais em relação ao ano passado.
Região – Para César Garbus, diretor do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) de São Bernardo, que tem cerca de 160 associados, o ano, em geral, foi péssimo para a indústria. “Entretanto, em outubro a situação começou a melhorar e, quando a segunda queda da taxa Selic foi anunciada, sinalizou-se um fortalecimento”, afirma. Garbus acredita que houve um aumento do uso da capacidade instalada e afirma que existe uma demanda por horas extras para empresas que suprem o comércio, o que é normal nessa época do ano.
Shotoku Yamamoto, diretor do Ciesp de Santo André – que também abrange as cidades de Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra, com 162 associados –, diz que alguns setores estão bem aquecidos, como o de pneus, devido às exportações, porém que na maioria das empresas não há demanda por horas extras. “As indústrias, na média, estão operando com cerca de 70% da capacidade instalada e o ideal seria com 90%”, diz. Porém, Yamamoto diz que o último trimestre será melhor do que os anteriores, pois há percepção de que o estoque diminuiu nas indústrias.
Yamamoto acredita que, no começo de 2004, o segmento começará a apresentar resultados mais significativos, que será reflexo da redução de taxas de juros e da política industrial do governo que vai incentivar setores para substituições de importações e gerar excedente para as exportações. “Áreas em que o Brasil é grande importador, como o setor de máquinas, medicamentos e semicondutores, serão beneficiadas.”
Já William Pesinato, diretor do Ciesp de São Caetano, que conta com cerca de 100 associados, diz que 2003 foi um ano difícil, pois uma boa parte das indústrias do município é fornecedora para montadoras, que, na média do ano, não tiveram resultados expressivos em relação aos anos anteriores. “As empresas, na maioria, não obtiveram aumento da utilização da capacidade instalada, bem como demanda por horas extras. Do total, acredito que 20% apresentaram resultados atípicos. São indústrias que já possuem um passado de exportação e aquelas inseridas em setores na qual a própria economia nacional não foi afetada. Alguns setores tiveram uma retomada discreta a partir do mês de setembro”, afirma.
Colaborou Leone Farias
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