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Rio Grande lança projeto de oficinas culturais para jovens
Rita Norberto
Do Diário do Grande ABC
22/10/2002 | 21:14
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Se quiser ir ao cinema ou assistir a uma peça de teatro, o jovem de Rio Grande da Serra tem de percorrer pelo menos cinco quilômetros até a cidade mais próxima, Ribeirão Pires. Sem cinema, teatro, barzinhos ou danceterias, o lazer na cidade restringe-se ao futebol nos campos improvisados e a diversão nos rios. Para ampliar o horizonte desses jovens, a Prefeitura lançou terça o programa social Arte na Serra, que oferecerá oficinas de teatro, música, dança e meio ambiente – e até aulas de percussão dadas por um percussionista do grupo baiano Olodum, além de palestras com os pais. Serão atendidos 1,5 mil jovens, entre 7 e 16 anos. Para participar, devem se inscrever até o dia 5 de novembro nos órgãos públicos da Prefeitura ou durante as visitas das oficinas nos bairros.

Este é o primeiro programa social em Rio Grande da Serra e foi possível graças a união entre as secretarias de Educação e Cultura e a de Cidadania e Ação Social, que, juntas, investiram R$ 100 mil. A intenção, segundo a secretária municipal de Educação e Cultura, Anita Ramos, é a de oferecer perspectivas aos adolescentes. “O jovem pode descobrir que a realização profissional pode também vir de uma carreira artística, e não necessariamente em uma fábrica. Esse trabalho aumenta a sua auto-estima, auto-cofiança e o espírito de grupo”, disse. O programa também visa a complementar a educação das crianças. “Não há, no município, um local para que os pais, que trabalham fora, possam deixá-las”, disse o secretário de Cidadania e Ação Social, Alex Zitei.

Nos próximos nove meses, o programa irá até aonde os jovens estão, percorrendo os 11 bairros e o Centro da cidade. As oficinas serão realizadas em espaços como escolas, igreja e associação comercial, entre outros. Para participar, o jovem deve ter entre 7 e 16 anos, estar matriculado regularmente em escola e pertencer a família com renda familiar de até dois salários mínimos que apresentarem dificuldades na educação dos filhos. Segundo a Prefeitura, o programa deverá se tornar permanente.

Olodum – Um dos destaques das oficinas é a de percussão e dança, ministrada pelo músico baiano Ubiratan Santos, 26 anos, que há 12 anos integra o grupo Olodum, da Bahia. Desde 1999, ele trabalha com oficinas no Grande ABC, sendo um dos coordenadores do projeto de percussão Régua & Compasso, iniciativa organizada pelo Sehal (Sindicato das Empresas de Hospedagem e Alimentação do Grande ABC). Segundo o músico, ao fim do curso a criança sabe toca, cantar e até compor. “Eles começam do zero, mas vão pegando gosto pela música”, disse. Foi o que aconteceu com a estudante Elen Catarina Ribeiro, 18 anos, que há três anos está na oficina do Régua & Compasso. “Não sabia nada e em uma semana já conseguia tocar”, disse ela. “Quero seguir carreira artística, viajar, é muito bom.” Segundo o coordenador, os alunos têm, de fato, chances de um dia integrar o Olodum. “Lógico, é só mudar para a Bahia”, disse.

As oficinas de meio ambiente são outro destaque, e tem objetivo de conscientizar os jovens que moram em um município 100% em área de manancial.




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