Mostra gratuita remonta bastidores da família de Silvio Santos e traz reflexões sobre a vida
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A diretora de teatro e artista plástica Cintia Abravanel pretende encantar a região por cores. Desde quarta-feira, dia de abertura de nova exposição de sua autoria no Grand Plaza Shopping de Santo André (Avenida Industrial, 600, no Centro), a filha mais velha do apresentador Silvio Santos (morto no mês passado) detalhou, em entrevista exclusiva ao podcast Política em Cena, do Diário, que, pela proposta da mostra, pretende se afastar dos tons comerciais e da “vida, que está muito monocromática e nude”.
“Percebi que fui criada em uma paleta de cores ao puxar as memórias do fim dos anos 1970. Até os traços pretos que utilizo, presentes em quase 100% do meu trabalho, vêm de detalhes vividos com minha mãe (Cidinha, decoradora morta em 1977)”, disse a artista.
Na exposição gratuita, composta por 15 obras (entre telas e instalações), Cintia busca fazer interação com o público, em jogos de memória e desenhos para colorir, além de comunicar propósitos distintos por meio do uso de cada cor.
Na instalação em arco-íris Pride, por exemplo, a artista homenageia diretamente o filho Tiago Abravanel e atesta orgulho compartilhado à comunidade LGBTQIA+. “O Tiago tem o melhor abraço do mundo e tenho orgulho por quem ele é, de forma geral”, afirmou.
Segundo ela, todo o repertório da instalação gira em torno da acessibilidade. “A maioria das pessoas não entraria em uma galeria. Esta oportunidade (de expor obras artísticas) em shopping ou em estação da CPTM é uma missão. Para abrir portas em alguns momentos ajuda também utilizar o sobrenome ‘Abravanel’, que gera curiosidade”.
MONTEIRO LOBATO
Cintia teve, por anos, os direitos autorais para cinema, TV e teatro de obras de um dos maiores escritores do século XX, Monteiro Lobato, hoje pertencentes à Rede Globo. Questionada sobre a polêmica a respeito da atualização de produções do autor, por causa de termos considerados racistas, ela pediu cuidado para “não passar uma borracha na história” .
“Temos de aprender com os erros do passado. Mas a Tia Nastácia será ela, descendente de escravos e vinda daquela cultura. Não dá para modernizá-la, mas respeitá-la”, salientou Cintia, apesar de aprovar a alteração de trechos de obras.
Em uma dos momentos da entrevista, inclusive, a artista discorreu que um dos lemas mais importantes do pai era, justamente, a autonomia entre o erro e acerto. “Isto traz desenvolvimento. Acho que essa foi a maior lição para todos nós (fãs): a coragem de correr sempre atrás de uma melhora”, destacou.
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