A exemplo do inverno, período terá temperatura acima da média; La Niña muda cena em novembro
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Conhecida como a estação do reflorescimento, a primavera começa oficialmente no Grande ABC – e em todo o hemisfério sul do planeta – hoje, às 9h44 de Brasília. Apesar da mudança, o período seguirá com o mesmo calor intenso do inverno, com a expectativa de chuvas mais consistentes apenas no fim do ano, segundo a Climatempo. A estação trará temperaturas mais elevadas que a média e tempo seco, que deve ser sentido pelos moradores das sete cidades até que cheguem as pancadas de chuva típicas do verão. Ao contrário do último ano, fenômenos meteorológicos impactarão de forma menos intensa na estação.
O atual período de seca e de calor deverá se estender até meados de outubro, devido ao atraso nas chuvas previstas para o início da primavera, segundo alerta da Climatempo, empresa de consultoria meteorológica e previsão do tempo do Brasil e da América Latina. O início da primavera, hoje, não irá se caracterizar pelo retorno imediato das chuvas. A previsão é de que setembro seguirá bastante seco e quente no Estado de São Paulo, incluindo no Grande ABC.
Ao contrário do ano anterior, que foi influenciado pelo fenômeno El Niño, a primavera deste ano verá o desenvolvimento de um La Niña ao longo da estação, e a expectativa atual é de que o fenômeno seja de baixa intensidade. Seus impactos serão mais perceptíveis entre novembro e dezembro, favorecendo o aumento das chuvas no Sudeste, gerando corredores de umidade que devem se formar no final de novembro, com a possibilidade de eventos de ZCAS (Zona de Convergência do Atlântico Sul) se estabelecendo em dezembro.
A ZCAS é um fenômeno meteorológico caracterizado por uma faixa de nuvens que se estende do sul da Amazônia até o Atlântico Sul, geralmente durante o verão. Essa formação resulta da interação entre a umidade da Amazônia e a circulação de ventos sobre o oceano, causando chuvas intensas e prolongadas, principalmente nas regiões Sudeste e Centro-Oeste do Brasil. A ZCAS é importante para a reposição dos níveis de água nas bacias hidrográficas, mas pode provocar enchentes e deslizamentos em áreas urbanas e montanhosas e deve chegar ao Grande ABC.
CHUVAS
Em outubro, a chuva será bastante irregular na região, embora possa haver episódios de precipitações intensas. A tendência é que as pancadas de chuva se tornem mais frequentes em novembro. Ambos os meses devem registrar volumes de precipitação dentro da média esperada. Já em dezembro, o Grande ABC poderá receber chuvas acima da média, já que o Estado será influenciado pelos corredores de umidade sobre o Sudeste após a ZCAS.
“A chance de formação de ZCAS este ano é maior do que no mesmo período do ano passado. Na Região Metropolitana (e Grande ABC), a primavera começa quente e com pouca chuva. Para hoje, primeiro dia da estação, o calor deve ser intenso e algumas pancadas de chuva esporádicas poderão ocorrer a partir da tarde. De forma geral, a primavera o terá calor dentro ou um pouco acima do normal e o volume de chuva na estação como um todo deve ficar próximo da normalidade”, explica a meteorologista Josélia Pegorim, da Climatempo.
Rinite alérgica cresce durante estação
A primavera terá início hoje e com a sua chegada alguns sintomas, como espirros, obstrução nasal, tosse, coriza e coceira no nariz e nos olhos, devem se tornar frequentes, segundo a ABORL-CCF (Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial). A situação pode ocorrer porque na estação das flores os episódios de rinite alérgica sazonal tendem a aumentar.
“A rinite alérgica é uma inflamação na mucosa nasal, que envolve a parte interna do nariz. Esta inflamação é provocada por alérgenos, como o pólen, que na primavera se concentra em um nível maior no ar”, explica o Dr. Olavo Mion, coordenador do Departamento de Alergia da ABORL-CCF.
As condições climáticas dessa estação, devido às variações de temperatura, clima seco e chuvas irregulares, facilitam a liberação de alérgenos dos grãos de pólen, que no período de polinização são transportados pelo ar de forma mais concentrada, causando impacto na qualidade de vida e produtividade de pessoas que são alérgicas.
Para prevenir crises de rinite alérgica, o principal cuidado é evitar o contato com alérgenos como pólen, poeira e pelos de animais. Em casa, recomenda-se manter janelas fechadas e limpar o ambiente com pano úmido. No exterior, é ideal realizar exercícios à noite e usar óculos de sol durante o dia. Higienizar roupas e pets também ajuda a evitar o acúmulo de pólen, assim como lavar o nariz com solução salina e manter uma alimentação saudável.
Da redação
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