Setecidades Titulo
Bairro de R.Grande da Serra recupera bica e estima
Elaine Granconato
Do Diário do Grande ABC
14/07/2003 | 21:40
Compartilhar notícia


O carente bairro Pedreira, localizado a 7 km do Centro de Rio Grande da Serra, dá sinais de mudanças e de revitalização. Um grupo de moradores do vilarejo, que se autodenomina Instituto Puma (Preservação Urbana e Meio Ambiente), recém-criado na cidade e ainda não oficialmente registrado, quer devolver a auto-estima aos cerca de 250 moradores do lugar e atrair turistas para o local, que outrora teve vida social intensa. O primeiro passo dado foi a reativação da bica encravada na desativada pedreira – tida como a maior da América Latina – que deu nome ao bairro e funcionou por cerca de quatro décadas. A água, que o Instituto Adolfo Lutz analisou dentro dos padrões exigidos pela lei para consumo, sofre restrições por parte da Vigilância Sanitária Municipal. O órgão recomenda que a população não a beba pelo fato de ter variações constantes no solo.

A recuperação da bica, desativada há cerca de 25 anos, segundo os moradores, exigiu desde a poda do matagal e limpeza do reservatório até a construção da escada em ardósia para acesso ao local. “A população não freqüentava mais aqui. Infelizmente, alguns jovens estavam usando o espaço para outros fins”, afirmou o servidor público Silvinho Menezes, 48 anos, há 18 morador na Pedreira e um dos 15 integrantes do Puma.

“Mas estamos conseguindo reverter a situação”, disse, entusiasmado, o aposentado Ademir Bello, 54 anos de vida e de Pedreira. “As pessoas estão vindo de fora buscar água aqui, o que antes não ocorria”, completou.

No laudo enviado em maio pelo Instituto Adolfo Lutz, de São Paulo, à Vigilância Sanitária Municipal, as análises físico, química e bacteriológica foram positivas ao consumo da água. No entanto, o esforço da ação comunitária, realizada sem nenhum tipo de apoio do poder público, esbarra em uma polêmica. Embora a água tenha sido considerada apta para consumo pelo Adolfo Lutz, a Vigilância Sanitária de Rio Grande da Serra adverte sobre o risco do seu consumo.

“A bica da Pedreira, além das outras duas instaladas na Vila Lopes, também na cidade, depende da situação do momento para as águas serem ingeridas. Freqüentemente, são contaminadas por conta do lençol freático”, afirmou Maria Adelaide Gonzalez, 49 anos, diretora do Departamento de Vigilância à Saúde. Dessa forma, a Prefeitura não recomenda seu uso. Porém, não afixou placas alertando sobre a ameaça de contaminação porque alega que “a população costuma arrancar”.

Matarazzo – Ainda de acordo com Maria Adelaide, atualmente a única água aconselhável para consumo é a da bica Matarazzo, localizada na avenida José Bello, no mesmo bairro. “O resultado sempre é satisfatório. Há três anos, essa bica não está contaminada”, disse. No entanto, em junho do ano passado, a água foi considerada imprópria para consumo pela Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo), conforme o Diário apontou. “A contaminação foi causada por fezes jogadas no local, ou seja, foi provocada e não natural.”




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;