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Prefeito de São Caetano, José Auricchio Júnior (PSD) se jacta de ser um bom gestor de recursos públicos. Nada mais falso. A imagem de administrador responsável não resiste a olhar mais demorado sobre as contas do Palácio da Cerâmica, sede do Executivo municipal. O recente calote de R$ 78,9 milhões aplicado na Sabesp (Companhia de Saneamento Ambiental do Estado de São Paulo), empresa que trata o esgoto da cidade e da qual compra água bruta, levanta sérias dúvidas sobre a eficiência financeira do Paço. A dívida, que deveria ter sido honrada ao longo dos últimos anos, foi acumulada e deixada sem resolução até o derradeiro momento, impactando na credibilidade do governo.
Sabe-se lá por quais motivos, São Caetano deixou de honrar os compromissos com a Sabesp entre março de 2021 e agosto de 2022 – certamente não foi por falta de dinheiro em caixa, dada a gastança promovida pelo governo em setores menos prioritários, como o embelezamento de praças. Como o prefeito não fez seu dever de casa, encontrou maneira bem conveniente para zerar o débito: vai empurrá-lo ao sucessor, a ser eleito em 6 de outubro. A decisão de parcelar a dívida em 98 prestações, a serem quitadas pelo próximo comandante, é manobra que sobrecarregará a administração seguinte. O futuro chefe do Executivo nem foi eleito e já herdou um boleto mensal de R$ 805.519,73. Absurdo!
Além de moralmente questionável, a estratégia financeira lembra uma prática já conhecida no cenário nacional: a chamada pedalada fiscal, que, em passado recente, custou o cargo à então presidente Dilma Rousseff (PT). Ao adiar o problema para o próximo mandato, Auricchio compromete o planejamento financeiro de sua sucessão e põe em xeque o compromisso com a transparência. A atitude levanta uma reflexão sobre a ética na gestão pública. A cidade de São Caetano precisa de líderes que assumam suas responsabilidades e enfrentem os desafios econômicos com planejamento e compromisso, sem artifícios que possam fragilizar as finanças do município a longo prazo.
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