Rapaz não tinha autorização para estar no local, diz empresa; ele não utilizava equipamentos de proteção no momento
Um adolescente de 16 anos morreu após cair de um telhado enquanto realizava serviços em uma distribuidora de peças na Avenida dos Estados, no Parque Jaçatuba, em Santo André, na segunda-feira (9). Daniel Constantino Santos despencou de uma altura de mais de dez metros.
Segundo informações do BO (Boletim de Ocorrência), Constantino estava no local sem a supervisão de um responsável e sem o uso de EPI (Equipamento de Proteção Individual). Ele era contratado como jovem aprendiz na função de ajudante de solo pela empresa Baldon Montagens Industriais, contratada como empreiteira responsável por uma reforma na distribuidora Anchieta Peças.
Testemunhas que trabalhavam no local relataram que não viram o momento em que o rapaz subiu no telhado. Segundo os depoimentos dados à polícia, um barulho foi ouvido e, ao verificarem o que havia acontecido, encontraram o jovem caído no chão com ferimentos graves. Uma equipe de socorro médico foi acionada e constatou o óbito no próprio local, às 13h44.
EQUIPE DE SOLO
De acordo com a distribuidora Anchieta Peças, Constantino não tinha autorização para subir no telhado do estabelecimento e não fazia parte de seu trabalho estar naquele local. “Ele fazia parte da equipe de solo da referida empresa e não estava autorizado a realizar trabalhos em altura. Conforme imagens do CFTV (sistema de câmeras local), subiu ao telhado sem permissão e sem acompanhamento das equipes competentes”, disse a empresa em comunicado enviado à imprensa.
A distribuidora destacou ainda que “toda a documentação de sua contratação e treinamento estava em conformidade” e que as medidas de segurança estavam em dia. “Neste momento, é importante salientar que todas as medidas de segurança foram rigorosamente seguidas, incluindo a NR35, conforme exige a legislação. O Sr. Daniel era um prestador de serviço terceirizado, contratado pela empresa Baldon Montagens Industriais, que segue rigorosamente as exigências legais”, continua o texto.
O Diário tentou contato com a Baldon Montagens Industriais, empresa em que Daniel trabalhava, mas não recebeu retorno.
PESAR
Pelas redes sociais, a distribuidora Anchieta Peças também disse “expressar o mais profundo pesar” pela morte e afirmou estar “colaborando plenamente com as autoridades”.
“A Anchieta Peças, junto com a empresa terceirizada responsável, além de colaborar plenamente com as autoridades, vem oferecendo todo o suporte necessário à família do Sr. Daniel, com solidariedade e assistência. Nosso compromisso vai além das exigências legais: trabalhamos com total transparência e ética. Neste momento de luto, reafirmamos nosso compromisso com a vida, segurança e bem-estar de todos”, publicou.
O local do incidente foi periciado a pedido da Polícia Civil e liberado logo em seguida. Também foi solicitado o serviço de verificação de óbito para determinar a causa da morte e ajudar na investigação. O caso foi registrado como “morte suspeita - acidental” no 2° Distrito Policial de Santo André.
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