Região registrou, nos dois primeiros meses do ano, 2.401 ocorrências de roubo geral e 497 de veículos; furtos também diminuíram no período
O primeiro bimestre do ano registrou o menor número de roubos em 25 anos no Grande ABC. Nos dois primeiros meses, janeiro e fevereiro, foram notificados 497 roubos de veículos e 2.401 ocorrências de roubo geral, que incluem os de banco e carga. Segundo os dados da SSP (Secretaria de Segurança Pública de São Paulo), os indicadores de 2025 foram os menores da região desde 2001, quando o órgão iniciou a série histórica.
O registro mais baixo de roubo de veículos na região tinha sido no ano passado, com 527 casos, enquanto o mais elevado foi em 2001, com 3.016. Em relação às notificações de roubo geral, 2004 foi o ano mais baixo, com 2.554 ocorrências e o maior foi em 2016, com 5.138.
De acordo com a SSP, o Estado de São Paulo registrou queda nos roubos em fevereiro e também atingiu o menor índice para o mês desde 2001. No comparativo mensal, a redução foi 1,5% nos roubos de veículos, que passou de 2.285 para 2.250 ocorrências em todo o território paulista. Já os roubos em geral diminuíram 13,5%, chegando a 14.208 casos (no ano passado, foram 16.427).
Na comparação isolada do mês de fevereiro com o mesmo mês do ano anterior, houve também redução. Foram notificados 527 casos de roubo de veículos em 2024, enquanto no mesmo mês deste ano foram 497, queda de 5,7%. Os boletins de ocorrência de subtração de itens gerais passaram de 2.632 no ano passado para 2.401, diminuição de 9%.
Para o advogado criminalista, Márcio Pires, a baixa nos casos de roubo pode estar associada a diversos fatores, como investimento em tecnologia policial, programas de segurança comunitária e operações específicas contra quadrilhas especializadas em crimes contra o patrimônio. Além disso, Pires acredita que alguns criminosos possam estar ‘migrando’ de delitos para evitar a captura pela polícia.
“O furto, que não envolve violência ou ameaça, apresenta um menor risco de flagra imediato. No direito penal, furtos têm penas geralmente mais brandas do que roubos, o modus operandi adaptável, criminosos podem preferir agir discretamente para evitar confronto direto com a vítima e potencial resposta policial”, disse o advogado.
Sobre a diminuição histórica nos registros de roubo de veículos, o criminalista associa a adoção de medidas antifurto e também a fragilidade no mercado de revenda das peças roubadas, conhecidas como desmanches ilegais. “Maior fiscalização e leis mais rígidas tornam a venda de peças de carros roubados menos lucrativa”.
Além disso, os criminosos podem estar focando em itens menores e de fácil transporte, como celulares e outros eletrônicos, reforça o advogado Márcio Pires. “Já os veículos menos visados, alterações no mercado, bem como menor demanda por certos modelos em mercados ilícitos, podem influenciar a preferência”, finaliza o especialista.
Já a SSP, associa a redução histórica nos crimes patrimoniais aos investimentos em inteligência policial, operações integradas e reforço nas ruas. Entre as ações adotadas, a Pasta destaca o aumento de rondas ostensivas e patrulhamento da Polícia Militar.
“E a atuação da Polícia Civil de forma rigorosa na apuração e solução dos casos, com a identificação de suspeitos e recuperação de bens subtraídos. O trabalho é apoiado por tecnologias como câmeras de monitoramento”, pontuou a SSP.
FURTOS
Ainda em relação aos crimes contra o patrimônio, as ocorrências de furto geral e de veículos registraram queda de 3,4% e 23,4%, respectivamente, no primeiro bimestre do ano. No ano passado foram 4.498 registros de furto geral ante 4.343 neste ano. Já o furto de veículos reduziu de 1.801 para 1.380.
Vítimas de homicídio caem e casos de estupro crescem
Os recentes indicadores divulgados pela SSP (Secretaria de Segurança Pública de São Paulo) mostram dois outros cenários na segurança pública da região. Nos dois primeiros meses do ano, o número de vítimas de homicídio doloso (quando há intenção de matar) diminuíram, enquanto os casos de estupro geral, que contabiliza as ocorrências contra pessoas vulneráveis, cresceram.
No primeiro bimestre do ano passado, 23 pessoas foram assassinadas no Grande ABC, ante 20 em 2025 – queda de 13% em um ano. Rio Grande da Serra foi o município que apresentou a maior alta, de 200%, passando de uma vítima para três neste ano.
Os casos de estupro cresceram 27,3% na região. As sete cidades contabilizaram 77 ocorrências nos dois primeiros meses de 2024, enquanto no mesmo período de 2025 foram 98 notificações.
Sobre a alta nos registros de crime sexual, a Secretaria de Segurança Pública disse que a atual gestão ampliou os canais de denúncia e investiu em campanhas de conscientização para encorajar as vítimas a buscar ajuda e denunciar os agressores, medidas realizadas para combater a subnotificação. “No Grande ABC as vítimas têm à disposição quatro unidades físicas de DDM(Delegacias de Defesa da Mulher), além da Delegacia Eletrônica e do app SP Mulher Segura”, disse a Pasta.
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