Colega de chapa de Marcelo Lima diz que faltou lealdade a prefeito de São Bernardo e lembra que Davanzo defendeu condenado por estupro
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A candidata a vice de Marcelo Lima (Podemos) e sargento da Polícia Militar, Jéssica Cormick (Avante), revelou ter reagido com surpresa quando soube que a candidata Flávia Morando (União Brasil) escolheu o ex-presidente da subseção da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) local, Luís Davanzo (Republicanos), como vice, o mesmo que representou a defesa do ex-técnico da seleção brasileira de ginástica Fernando de Carvalho Lopes, condenado por estupro de vulnerável contra quatro vítimas.
Questionada pelo Diário sobre se esse caso poderia influenciar no desempenho da candidatura alheia, a policial militar respondeu: “Ele deve ser um bom profissional. Eu não concordo com essas coisas. Até porque tenho meus princípios. Ao longo da minha trajetória profissional, eu atendi várias ocorrências, inclusive de estupro. Sou mãe também e me coloco no lugar das vítimas. Só quem passou por isso sabe a dor. Eu não posso opinar sobre se vai ou não interferir”, salientou.
Jéssica Cormick é natural de São Sebastião (SP), mas se mudou para São Bernardo aos 18 anos, quando passou no concurso para a Polícia Militar. Ao longo de 20 anos na segurança pública, a policial militar se vê como uma mulher forte e preparada para iniciar a trajetória política. “Onde ele me colocar, estarei lá”, disse Jéssica, ressaltando a confiança em Marcelo Lima.
“Muita gente coloca a responsabilidade da segurança pública no Estado, mas também é uma obrigação do município. Nós temos a GCM (Guarda Civil Municipal)”, disse.
Segundo Jéssica, o plano de governo de Marcelo Lima inclui o aumento do efetivo da guarda, melhorias nas condições de trabalho, como viaturas e armamentos, e o foco em uma cidade inteligente com monitoramento aprimorado por meio de tecnologias e trabalho de inteligência. A chapa não pretende terceirizar essas responsabilidades, embora reconheça a necessidade de convênios com o Estado.
A candidata a vice acredita que faltou lealdade por parte do prefeito Orlando Morando (PSDB) em não indicar Marcelo Lima como seu sucessor. “Desacordos acontecem, mas faltou um pouco de lealdade, sim, e com certeza não vai acontecer isso com a gente”, afirmou.
Na ocasião, a candidata a vice esteve acompanhada de Marcelo Lima, mas o prefeiturável optou por dar espaço à companheira. “Tudo aquilo que eu não tive quero que minha vice tenha. Acho que ela será prefeita um dia, e acho que daqui a oito anos ela será melhor do que eu.”
A candidata descartou a possibilidade de aliança com outros candidatos, caso a chapa vá para o segundo turno. Para o futuro na política, Jéssica vislumbra a carreira local, em São Bernardo. “Independentemente de onde eu estiver na política, eu quero continuar na rua, sabendo das dores das pessoas.”
OUTRO LADO
De acordo com a nota enviada ao Diário pela equipe de Flávia Morando, “cabe dizer que foi o ex-deputado federal quem traiu a população de São Bernardo ao migrar do Solidariedade para o PSB, sigla diretamente ligada ao PT e ao presidente Lula. Mudança essa que culminou, inclusive, na cassação de seu mandato, o que, na prática, fez com que o eleitor de São Bernardo que votou no Marcelo Lima tivesse de aceitar a entrega do mandato ao Paulinho da Força, um político condenado que foi absolvido após ter se tornado deputado federal”.
Sobre o caso de Fernando de Carvalho Lopes, ex-técnico de ginástica, Luís Davanzo informou que “tão somente acompanhei o acusado no Senado quando foi convocado para depor na CPI, ainda na fase embrionária. As defesas ficaram ao encargo de outro profissional”.
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