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Familiares e amigos se despedem de Luciano Trindade

Vítima de queda de avião em Vinhedo, ele foi cremado na tarde de ontem em São Bernardo; homenagens exaltaram companheirismo

Beatriz Mirelle
18/08/2024 | 09:21
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FOTO: Claudinei Plaza/DGABC

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Familiares e amigos se reuniram ontem no Cemitério Jardim da Colina, em São Bernardo, para se despedir de Luciano Trindade Alves, 49 anos, morto na semana retrasada após a queda do avião da Voepass (antiga Passaredo), em Vinhedo (SP). As homenagens, feitas por dezenas de colegas de trabalho, do futebol e parentes, exaltaram o companheirismo, empatia e alegria de Alves, que deixou três filhos, de 26, 18 e 13 anos. 

Morador do Parque Selecta, ele era supervisor de assistência técnica na empresa Sherwin-Williams Divisão Automotiva havia 27 anos. 

“Meu filho era sensacional, maravilhoso. Muitas pessoas vieram dar esse último adeus. Uma pessoa muito querida. Ele era do Grande ABC, e eu moro no Interior, longe daqui. Não tinha pessoa melhor que ele”, conta a mãe de Luciano Alves, Marlei Trindade Alves. 

Alves voltava de um treinamento quando pegou o voo que saiu de Cascavel, no Paraná, com destino a Guarulhos. A aeronave caiu em um condomínio residencial em Vinhedo no último dia 9. Ao todo, 62 pessoas morreram, sendo 58 passageiros e quatro tripulantes. Todos os corpos foram identificados pelo IML de São Paulo. 

A queda do avião está sob investigação do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos, da FAB (Força Aérea Brasileira), Polícia Civil de São Paulo e Polícia Federal. 

“Ele era sensacional. Muito querido. Se tinha algum problema, sempre tentava apaziguar. Era nossa alegria. Hoje (ontem), veio o pessoal do futebol, ele era corintiano roxo. Também vimos vários colegas da empresa, até de outro País, porque ele viajava muito. Meu sobrinho tinha muitas amizades. Ajudava todo mundo que podia”, relata outro familiar de Alves. 

O velório de Luciano Trindade Alves começou às 13h de ontem e ele foi cremado às 16h. “As pessoas que mais podem falar dele são as que menos vão conseguir comentar neste momento. Do lado do túmulo, desde o começo, está o padrinho dos filhos e melhor amigo do Luciano. Tem gente aqui que é amigo há mais de duas décadas. É muito difícil. O ex-presidente da empresa veio , tinham acabado de fazer uma viagem juntos para pescar. Então, ele era amigo de todos”, explica Marcel Storti, 42, médico do trabalho há 9 anos na Sherwin-Williams. 

A enfermeira da Sherwin-Williams Agda Tardim, 49 anos, conta que Luciano Alves foi uma das primeiras pessoas que ela conheceu quando entrou na empresa. 

“Ele era um cara fora da caixinha, fora da curva. Um exemplo de ser humano, conquistou todo mundo. Trabalhávamos juntos. O conhecia havia dez anos, foi uma das pessoas que me receberam na empresa. Não tem como descrever. Um ótimo amigo e líder. Começou novo e foi construindo um legado incrível de amor na empresa”, relembra Agda. 

As 62 vítimas da queda do voo 2283 da Voepass morreram por politraumatismo, condição caracterizada por múltiplas lesões no corpo causadas por agentes externos.

Oito dias após o acidente, a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) iniciou operação assistida para intensificar a vigilância do serviço prestado pela companhia aérea. De acordo com a agência reguladora, o objetivo é “evitar anormalidades na operação” e “manter a prestação do serviço em condições adequadas”. 




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