Luciana Santos, da Ciência, Tecnologia e Inovação, participou de Aula Magna da instituição, falando sobre bloqueio de verbas e qualidade do ensino público
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Em Aula Magna de recepção de ingressantes na graduação de 2024 da UFABC (Universidade Federal do ABC), a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos defendeu universidades públicas, classificando a instituição da região como “modelo”, e minimizou o congelamento de R$ 1,2 bilhão da educação pelo governo federal, no último mês. Com o tema “A produção do conhecimento em prol da qualidade de vida e do desenvolvimento humano”, a apresentação aberta à comunidade aconteceu nesta quarta-feira (14), com estudantes no campus de São Bernardo e a ministra ao vivo on-line.
Luciana iniciou sua fala explicando os motivos para não estar presencialmente no evento – o que havia sido inicialmente divulgado. O voo em que viria para São Paulo apresentou instabilidades, e, por esse motivo, teve de retornar ao ponto de partida. Em seguida, ela destacou a UFABC como um dos grandes marcos do primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). “Falar da UFABC é falar sobre uma instituição que hoje é modelo, e não é opinião própria e sim constatação de indicadores que em 18 anos essa universidade possibilitou”, afirmou a ministra.
Na aula, a chefe da Pasta ainda destacou a importância das instituições públicas de educação, colocadas com o potencial de fazer a diferença, seja na formação profissional ou na cidadã, contribuindo para a construção de um Brasil mais justo, inclusivo e soberano. “Educação e ciência não são gastos, são investimento para o nosso futuro. Precisamos de uma comunidade acadêmica forte, autônoma e bem estruturada, capaz de utilizar toda a sua capacidade de transformar conhecimento em riqueza para o País e em qualidade de vida para a população. Parece óbvio, mas é algo que precisamos sempre insistir”, avaliou.
CORTE
Na sessão aberta a perguntas, alunos da instituição questionaram a ministra sobre o congelamento de R$ 1,2 bilhão da educação pelo governo federal, parte do total de R$ 15 bilhões em gastos públicos bloqueados e contingenciados para que a União possa manter a meta de déficit zero neste ano, prevista no arcabouço fiscal. Em um primeiro momento, Luciana se esquivou do questionamento ao apontar que o atual governo foi eleito em frente ampla, avaliada como necessária para a conquista do pleito, mas retornou à pauta logo em seguida.
“Foram sete anos de reajuste zero nas universidades, e no primeiro ano do governo Lula já foi de 9% para tudo que é categoria. É pouco? É, mas são heranças de um ciclo político nefasto. Os limites estabelecidos pelas metas fiscais têm uma visão de médio e longo prazo destes limites, é fruto de uma determinada correlação de forças. Não temos nem sequer uma maioria no Congresso. Temos que diferenciar os processos políticos. Claro que cada um tem sua liberdade, não quero determinar como as pessoas devem se manifestar, mas é preciso considerar o contexto”, apontou a ministra, que reforçou a ideia de não se negar avanços da atual gestão.
Luciana Barbosa de Oliveira Santos foi a primeira mulher a ser titular da Pasta, quando em dezembro de 2022 o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a escolheu para assumir o MCTI (Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação). Ela é engenheira eletricista, graduada pela UFPE (Universidade Federal de Pernambuco). Exerceu a presidência do Ipem (Instituto de Pesos e Medidas de Pernambuco), ocupou os cargos de deputada estadual, prefeita de Olinda, secretária estadual de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente, deputada federal e vice-governadora de Pernambuco.
Luciana Santos defende uso de IA
Na Aula Magna, a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação do Brasil, Luciana Santos, defendeu o uso da IA (Inteligência Artificial), ferramenta base para a temática do 18° Desafio de Redação, promovido pelo Diário. Com o tema “O impacto da inteligência artificial na vida real”, o concurso regional chega à 18ª edição visando incentivar a escrita e leitura, democratizar a educação e instigar a criatividade dos participantes.
A ministra definiu a IA como uma “tecnologia inovadora, que facilita as atividades diárias e promove avanços significativos em diversas áreas, desempenhando papel central no desenvolvimento social e econômico mundial”.
“A IA tem o poder de transformar e impactar nos modos de produção e ganha espaço em setores como indústria, comunicações e defesa. Dominar essa tecnologia confere aos países maior relevância política e econômica no mundo”, disse.
Ela citou o novo PBIA (Plano Brasileiro de Inteligência Artificial) 2024-2028, lançado durante a 5ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação. Com um investimento previsto de R$ 23 bilhões em quatro anos, o plano visa transformar o País em referência mundial em inovação e eficiência no uso da IA, especialmente no setor público.
Para alcançar esses objetivos, o plano prevê a criação de um supercomputador de alta performance, essencial para o processamento de grandes volumes de dados e o desenvolvimento de algoritmos avançados de IA.
DESAFIO
As escolas interessadas em realizar o concurso devem fazer o cadastro pelo formulário disponível no portal www.dgabc.com.br/desafioredacao.
Neste ano, além das bolsas de estudo e outros prêmios, a novidade é que dois vencedores serão premiados com intercâmbio em Londres.
A 18ª edição do Desafio de Redação tem patrocínio do Instituto Guima e do Vale dos Pinheirais Cemitério Parque & Crematório. Conta também com o apoio institucional do Centro Universitário FSA (Fundação Santo André), e da CVC Corp.
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