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Em busca do sonho havaiano
Marco Borba
Do Diário do Grande ABC
25/05/2008 | 07:25
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O triatleta de São Caetano José Anderson Gonçalves, 38 anos, tenta neste domingo, na praia de Jurerê (Florianópolis), garantir a segunda participação na final do Ironman no Havaí, em outubro. A oitava seletiva da América Latina reúne 1.250 atletas nas categorias amador e profissional (masculino e feminino) de 43 países.

Os competidores vão enfrentar 3.800 m de natação, 80 quilômetros de ciclismo e outros 42,1 de corrida. Às 7h será dada a largada para profissionais e amadores, com chegada do primeiro colocado no masculino prevista para as 15h30. A prova será encerrada à meia-noite. A confirmação das vagas será divulgada nesta segunda-feira (9h) e ao meio-dia acontece a cerimônia de premiação.

José Anderson espera reviver as emoções de 2004, quando pela primeira vez garantiu presença no Havaí ao ficar em décimo lugar na classificação geral, com o tempo de 10h02min. "Foi um dos melhores momentos da minha vida, pois só dois brasileiros garantiram vaga. Eu era um deles", diz o brasileiro, que terminou na 761ª posição entre 2.000 participantes.

O triatleta, que começou a praticar em 1989, tentou vaga no Ironman pela primeira vez em 1994, na seletiva das Ilhas Canárias. Hoje mais maduro, mostra otimismo quanto a uma possível classificação.

"Estou numa idade boa. O campeão olímpico Hamish Carter (Nova Zelândia) tem 39 anos. Hoje, conto com uma suplementação alimentar melhor, uma bicicleta melhor e condições de treinamento melhores. Estou mais bem-preparado, e posso competir de igual para igual com os demais", garante.

Preparação - O otimismo, diz o atleta, vem de sua preparação para a prova. "Intensifiquei os treinos nas últimas 14 semanas para tentar essa vaga. Toda semana faço 600 quilômetros de bicicleta, 20 de natação e 70 de corrida. Essa atividade é pura superação."

O triatleta treina a natação na piscina olímpica da AD São Caetano, corre nos parques da cidade e pedala na antiga estrada da Serra do Mar e na Rodovia dos Imigrantes.

Tricampeão paulista de short triatlo, bicampeão brasileiro de triatlo olímpico (2000 e 2002) e campeão do Triatlo Internacional de Santos (2005), na categoria amador, o morador de São Caetano conta que já não participa mais dessas provas para se dedicar apenas à seletiva. "Não disputo mais porque pratico há quase 20 anos e nunca ninguém me deu nada. Não tenho patrocínio. Só vou participar da seletiva porque tive ajuda da Latin Sports (empresa organizadora do evento)."

Segundo José Anderson, sua ida ao Havaí, em 2004, só se concretizou porque na época a mesma empresa concedeu a ele uma passagem aérea. "Como era cortesia, tive de esperar até que surgisse lugar nos vôos. Foram várias idas e vindas ao aeroporto. Tive de ficar lá três meses. Sem dinheiro e sem conhecidos por lá, fui parar em um alojamento na University of de Nations, base da Igreja Batista", revela.

E valeu a pena o sacrifício? "Não há conquista sem sacrifícios. Fiz amigos e até queriam que eu ficasse por lá. Quase virei protestante", brinca o triatleta.




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