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Com apenas uma farda, GCM de
Santo André torce por dia de sol

Guardas-civis aprovados em concurso receberam somente
um kit de uniforme; a Prefeitura nega que problema existe

Elaine Granconato
Do Diário do Grande ABC
16/06/2012 | 07:00
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Não foram apenas os 31,6 mil alunos da rede municipal de Santo André que tiveram problemas com a entrega dos uniformes, que só começaram a ser distribuídos em meados de maio. Os 140 guardas-civis da 3ª Classe, aprovados e convocados no último concurso público da categoria, em 2011, receberam peças únicas do kit de fardamento, entre elas calça, gandola (camisa) e jaqueta na cor azul-marinho. A Prefeitura negou o problema.

Segundo os profissionais, seriam necessárias, no mínimo, duas mudas das peças para troca diária. Mesmo com a escala de 12 horas por 36 horas, a maioria dos guardas faz hora extra na Prefeitura. Ou seja, trabalha diariamente.

O Diário ouviu vários funcionários que confirmaram o problema, mas pediram para não ser identificados por temerem retaliações. "Com o tempo chuvoso e o frio desta época do ano, a roupa não seca", afirmou um deles. Ele acrescentou ainda que, com o uso do colete à prova de balas, a transpiração na camisa aumenta.

Embora o governo Aidan Ravin (PTB) tenha negado o problema, informou que o kit entregue em outubro é composto por "boné, camisa, tarja de identificação, camiseta, calça, blusa de frio, botina, abrigo de chuva (calça e jaqueta) e cinto de náilon", sem especificar o número de itens.

Durante o período de treinamento de três meses, os guardas disseram ter desembolsado R$ 80 para compra de agasalho azul. A administração negou e afirmou que o "conjunto azul não integra o uniforme da corporação por não identificar o servidor", mas admitiu que "a sua compra é facultativa".

No entanto, foi com essa roupa que estagiaram durante o 11º Festival de Inverno de Paranapiacaba, nos fins de semana de julho de 2011, a partir do dia 16.

O problema com a falta de uniformes atinge também alguns guardas de turmas mais antigas na corporação. Se não bastasse a falta das vestimentas extras para os novatos, há casos de botinas que, com o tempo de uso, estão furadas e com aberturas nas laterais e nas pontas. "Tive de colar a ponta", contou um deles, que ao pedir um novo par teve como resposta "não tem".

Para Carlos Pavan, diretor de organização de base do Sindeserv (Sindicato dos Servidores Públicos) local, trata-se de situação vergonhosa para a corporação. "É uma ingerência e falta de planejamento da administração", criticou o também guarda-civil licenciado.

A corporação não tem hoje fardamento novo em suas prateleiras, segundo Pavan - afirmação contestada pelo governo. "Quando cobramos, a justificativa sempre recai no fato de que a compra depende de licitação".

A Prefeitura nega o problema. No entanto, informou que o processo para adquirir uniformes está em "fase de instrução" para atender aos guardas e seguranças patrimoniais. O custo é de R$ 1.379.330.




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