CAP Serviços Médicos mantém dez profissionais no Hospital Maria Braido, de S.Caetano, em regime de quarteirização
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A CAP Serviços Médicos, empresa que mantinha como ‘PJs’ ao menos uma dezena de profissionais que atuam no Hospital Maria Braido, em São Caetano, teve seu contrato rescindido pela Fundação do ABC, responsável por gerir a saúde do município, com quem tinha relação de quarteirização. A decisão foi motivada por denúncia publicada na terça-feira pelo Diário, que revelou recorrentes atrasos nos salários dos médicos desde 2021.
A empresa recebeu na quarta a notificação da Fundação sobre a rescisão, que foi unilateral. Em nota, a gestora alegou que a descontinuidade do contrato ocorre “em face do risco direto à sociedade, na medida em que a ausência de pagamentos aos profissionais implica em possibilidade de interrupção nos atendimentos aos cidadãos”.
A reportagem havia conversado, sob condição de anonimato, com médicos que revelaram que o atraso no repasse gerava “furos na escala”. “Por diversas vezes chegamos ao plantão e a escala não está completa. Faltam médicos e nós temos de fazer o serviço de dois para não deixar o paciente desassistido”, apontou um médico.
Questionado, Daniel Aldhi, médico e proprietário da empresa, negou que existam furos nas escalas. “Quando isso ocorre, temos uma coordenadora que assume e eu também”, afirmou. No entanto, diálogos mantidos em um grupo de profissionais no WhatsApp aos quais o Diário teve acesso mostram uma funcionária responsável por cuidar da escala dos profissionais confessando a falta.
“Estamos com um plantonista a menos hoje?”, questiona um médico. “Sim. Estou com falta do dia 11/6 a 13/6 e não consigo fechar (a escala)”, desabafou a funcionária.
Após a repercussão gerada pela reportagem, os funcionários receberam o salário referente a abril na quarta. Porém, muitos ainda afirmam que o dinheiro não foi depositado no valor integral ou que há depósitos em atraso.
Os médicos dizem ainda que fizeram inúmeros comunicados sobre os atrasos à Fundação do ABC e que a gestora fez apenas alertas à empresa por conta dos problemas.
Em nota, a Fundação do ABC acrescentou ainda que todas as notas fiscais referentes aos pagamentos à empresa CAP Serviços Médicos, cujo nome de fantasia é MAX Emergências Médicas, foram devidamente quitadas, não havendo pendências financeiras. “Reiteramos nosso compromisso com a transparência e a qualidade dos serviços prestados à população de São Caetano, garantindo que quaisquer desvios das normas contratuais são devidamente apurados e corrigidos”, prossegue o texto.
Até o fechamento desta edição, a Fundação do ABC não informou quando a empresa deixará de atuar no Hospital Maria Braido, assim como não estipulou uma data para a CAP Serviços Médicos encerrar a prestação dos serviços. A empresa também não retornou as ligações da reportagem para comentar sobre quando serão quitados os valores em aberto com os médicos.
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