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Que o mundo todo está conectado, isso não é novidade para ninguém. Todavia, sempre que falamos em conexão, pensamos e associamos a algo bom, de produtividade e de ganho financeiro, porém, na prática não funciona bem assim. Os acontecimentos no Rio Grande do Sul têm atordoado a vida de tudo e todos. Se alguém, sem sanidade, pensou que o Nordeste, Norte ou qualquer outra região se beneficiaria desta tragédia, equivocou-se. Os números do turismo, de lazer, porque o de eventos está em ascendência total, têm se mostrado terríveis para as operadoras e agências de viagens.
Sabido é que junho, julho e agosto são os melhores meses para a região Sul, principalmente para as famosas serras gaúchas, que atraem uma multidão e lotam restaurantes, hotéis, lojas e todo o entorno. As serras gaúchas, que pouco foram afetadas pelas chuvas em si, sofrem e seguirão sofrendo, mesmo porque o acesso aéreo seguirá prejudicado por muitos meses. A previsão de retomada do Aeroporto Salgado Filho é somente para dezembro. E as operações por Canoas e Caxias do Sul não atendem a demanda e o fazem de forma amadora.
A tal interatividade e conectividade passa pela informação truncada, pelos acessos dificultosos e pela falta de confiança do turista em visitar um local que, neste momento, ainda que não diretamente, enfrenta problemas de ordem de segurança.
O turismo nos meses de inverno para o Rio Grande Sul tem peso igual ao do Carnaval no Rio de Janeiro ou Salvador. O maior volume para a região gaúcha se dá exatamente pelas baixas temperaturas.
Este ano, caberá ao Rio Grande do Sul acelerar sua recuperação e jogar a confiança sobre a recuperação financeira nas festividades de Natal e Réveillon, suas tradicionais festas e paradas tão bem elaboradas. Até lá, novamente, os turistas e visitantes não devem dar sinais de retorno.
Ainda sofrendo e recuperando os prejuízos da pandemia, o Sul agora tem nova onda “travestida de enchente e alagamentos”. O problema maior é que esta segunda onda de tragédias vem acompanhada de destruição física, e a recuperação será duplamente complicada. Refazer os espaços, gerar segurança e credibilidade para o retorno do turismo na região são desafios consideráveis e árduos. Boa sorte à população do Rio Grande do Sul e, igualmente, boa sorte aos que vivem do turismo.
Rodermil Pizzo é doutorando em Comunicação, mestre em Hospitalidade e colunista do Diário, da BandFMBrasil e do Diário Mineiro.
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