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Distribuição no sistema Cantareira é alterada
Do Diário do Grande ABC
10/09/2004 | 14:32
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Uma briga por água entre a Grande São Paulo e 58 municípios do interior, como Piracicapaba e Campinas, forçou uma mudança na distribuição no sistema Cantareira, que abastece na região o município de São Caetano e uma pequena parte de Santo André. De acordo com outorga (licença para captação de água) elaborada há 30 anos, o nível do sistema não podia ficar abaixo de 20% de sua capacidade. Após meses de estudo e várias simulações feitas por técnicos da ANA (Agência Nacional de Água) e do Daee (Departamento de Água e Energia Elétrica), chegou-se à conclusão de que é possível distribuir água do reservatório até que ele chegue a 5% de sua capacidade total. Isso significa que em ocasiões em que a Sabesp anunciava situação crítica de abastecimento, o quadro não era assim tão alarmante.

A mudança na regra operacional foi aprovada pelas duas partes. “O sistema continua o mesmo, a água também, mas agora é possível ter um saldo de água no futuro”, afirmou Rui Brasil, coordenador de Recursos Hídricos da secretaria estadual que leva o mesmo nome. Brasil explicou que a nova outorga estabelece nova cota de distribuição para as duas partes que utilizam o sistema. Agora, a Grande São Paulo pode tirar até 31 m³/seg de água - dependendo do nível do sistema. Antes esse índice podia chegar até a 33 m³/seg. Já os municípios do interior podem retirar 5 m³/seg de água. Antes o limite era de 2 m³/seg.

E mais. A partir de agora, é possível ter um “saldo de água”. Ou seja, a água não utilizada pelas duas partes pode ser guardada para os meses de estiagem. “Se Piracicaba está alagada, por exemplo, e não precisa de toda a água que dispõe, pode usá-la em uma época mais crítica”, explicou Brasil.

A mudança na regra operacional do sistema serve, segundo o coordenador, para que haja maior organização na distribuição da água e, com isso, prevenção para momentos de grande estiagem, como ocorreu no ano passado. É possível, dessa forma, prever se nos meses seguintes haverá água suficiente ou se será necessário tomar medidas de contenção.

O estudo técnico levou em consideração a distribuição de água saída do sistema nos últimos 70 anos. As simulações foram feitas levando em consideração situações-limite, quando o nível da Cantareira está muito baixo. Numa projeção de dois anos, pela nova regra, o sistema nunca terá menos do que 5% de sua capacidade total. O sistema Cantareira é responsável pela distribuição de água de 9 milhões de habitantes da Grande São Paulo e mais 4,5 milhões do interior.




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