Cirurgiões plásticos discutem nesta sexta, na Jornada Brasileira de Cirurgia Plástica, em Curitiba (PR), novos procedimentos a serem adotados em cirurgias de aumento de mama sem que seja necessária a utilização de moldes para próteses de silicone, que foram proibidos pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Distribuidores e fabricantes desses medidores devem retirar o produto do mercado e os médicos não devem mais utilizá-los até que seja suspensa a resolução 689 da Anvisa, em vigor desde quarta-feira.

Os moldes foram proibidos em virtude de 25 casos de infecção em pacientes que fizeram implante de silicone nas mamas terem sido notificados desde dezembro do ano passado. Desses, 23 são de Campinas, um de Jundiaí e outro de Goiânia (GO). Como os casos ainda estão em investigação, a Anvisa proibiu o uso desse tipo de material. A colocação de próteses, porém, não está proibida, desde que o médico não utilize o medidor.

De acordo com o cirurgião plástico Paulo Matsudo, as cirurgias que normalmente se utiliza o molde são as de reconstrução das mamas, geralmente no caso de pacientes que passaram por retirada de uma delas, normalmente em intervenções decorrentes de câncer. “Para reconstruir uma mama que fique igual à outra, utiliza-se o molde. É desta forma que o cirurgião sabe que tamanho de prótese é a ideal. Mas na cirurgia estética, em geral, pouco se utiliza o molde.”

Ele ressaltou ainda que o procedimento adotado pela Anvisa está correto, pois garante a segurança das pacientes que se submetem a cirurgias de aumento de mama. “Possivelmente, nos casos de Campinas, o problema foi na esterilização dos moldes.”

O secretário-geral da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, Osvaldo Saldanha, afirmou que a resolução vai atrapalhar cirurgiões em todo o país. Para isso, eles discutem nesta sexta outros procedimentos a serem adotados para que não seja necessária a utilização do molde. “Também devemos discutir amanhã (sexta) a pauta que levaremos à Anvisa, em Brasília, na próxima semana.”