Mel para que o Rosh Hashaná, Ano-Novo judaico, seja doce e bom. Recheado de simbolismos, as famílias judias comemoram nesta sexta-feira, depois do pôr-do-sol, o ano 5767 do calendário seguido religioso.

Nesta sexta-feira, o dia para os judeus começa à tardezinha. As comemorações se iniciam com uma reza na sinagoga às 18h30. “A humanidade toda, não só o povo judeu, se prepara para épocas melhores. A vida não é só materialismo”, explica o rabino Shamai Ende, 43 anos. Há 20 anos, o rabino Shamai comemora o Rosh Hashaná na sinagoga de Santo André.

Segundo os judeus, a criação do mundo teve início há 5767 anos. “A comemoração é alegre, mas serena. É o momento de reunir a família e os amigos”, conta o rabino Shamai, que tem sete filhos e uma neta. “Quanto mais, melhor. Espero ser bisavô ainda”, diz.

Rabino de Santo André há seis anos, Tawil Yosef, 44, explica que a lembrança é um dos principais motivos da comemoração. “Lembramos com as rezas que somos todos dependentes de Deus.” No município, são cerca de 150 famílias judias.

Após a reza, a família se reúne para o jantar. Os preparativos na casa de Anna Gedankien, 76 anos, começaram no início da semana. “É o momento de agradecer as coisas boas. Por isso, é uma festa tão emocionante”, conta. Dona Anna aprendeu receitas tradicionais, como o Guefilte Fish (bolinho de peixe moído) e o bolo de mel, com a avó e a sogra. “Faço questão de seguir as tradições em todas as festas”, afirma Anna, que preparou o jantar com todo o cuidado para os três filhos e cinco netos.

O peixe é o alimento mais importante e simboliza a proliferação. Como é um animal que não fecha os olhos, também possui o significado de pedir a Deus que sempre ore pelo povo. A cabeça do peixe é servida recheada ao chefe da casa para que ele sempre esteja à frente.