Uma mala com US$ 35 mil a US$ 45 mil pode ter motivado a morte dos dois japoneses produtores de broto de bambu, ocorrida no fim da tarde de domingo, no bairro Alvarenga, em São Bernardo. Nesta terça, o delegado seccional de São Bernardo, Marco Antonio de Paula Santos, ouviu sete testemunhas, entre elas, a filha de uma das vítimas e mulher do agricultor que morreu. O dinheiro da mala, segundo ela, é fruto do recebimento de um seguro e da venda de uma casa. A mala ficava embaixo de uma das camas da casa e desapareceu depois do crime.

Foram mortos com um tiro na cabeça Shigemi Akimaru, de 73 anos, e sua sogra, Sueno Shirai, 81. Na ocasião, um casal que trabalhava no local foi amarrado em um dos quartos e nada sofreu. As testemunhas disseram à polícia que dois homens orientais, aparentemente chineses, entraram armados na chácara e exigiram dinheiro, a chave e os documentos de um dos três carros estacionados no local.

“O elemento novo que obtivemos com os depoimentos de hoje (nesta terça) é que a filha nos confirmou que a senhora assassinada (Sueno) tinha dólares guardados em casa, depois de ter recebido dinheiro de seguro de parentes que morreram e da venda de uma propriedade”, afirmou o seccional.

No entanto, o delegado disse que os depoimentos coletados nesta terça serviram principalmente para estabelecer qual era a rotina das vítimas. “Não avançamos tanto quanto gostaríamos. Ainda não conseguimos saber se as pessoas que assassinaram as duas vítimas tinham acesso a informações que só a família tinha. Até porque não mataram os dois funcionários que trabalhavam no local”, afirmou o delegado.

Ele disse ainda que pelos depoimentos coletados nesta terça as duas vítimas eram reservadas e o fato de deixarem dentro da casa os dólares não era o tipo de informação que compartilhariam com muitas pessoas. “A investigação aponta, em princípio, para roubo seguido de morte, em virtude de ter sido subtraída a mala contendo dinheiro, mas não descartamos outras hipóteses porque são poucos os elementos para concluir o caso”, completou o delegado. Nesta quarta, mais pessoas ligadas à família devem ser ouvidas pela polícia.