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Médico da Unifesp recomenda dieta balançeada
Márcia Pinna Raspanti
Do Diário do Grande ABC
17/11/2001 | 17:55
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Comer de tudo sem restrições – da feijoada ao chocolate, do hambúrguer com batatas fritas ao churrasco –, sem culpa e sem o risco de engordar ou de prejudicar a saúde. Para Yssao Yamamura, chefe do setor de Medicina Chinesa do Departamento de Ortopedia e Traumatologia da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), a chave do equilíbrio do organismo é uma dieta variada e que não exclua nenhum alimento, nem mesmo a carne suína.

Yamamura alerta, porém, que a gula é sinal de que algo está errado no organismo. “É preciso diferenciar a vontade que satisfaz da que não satisfaz. Se você sente vontade de doce, come uma barra de chocolate e fica satisfeito, é normal”, disse.

Para o especialista, a vontade que dificilmente passa pode ser indício de doença. No caso dos doces, por exemplo, se a pessoa sente necessidade de comê-los todos os dias e em grandes quantidades, é porque o pâncreas e o baço precisam de atenção. O mesmo ocorre com relação às comidas gordurosas, como frituras e carnes.

A parte emocional é fundamental na medicina chinesa e, portanto, a obesidade e outros distúrbios podem ter causas mais profundas. “A mente comanda tudo. Se a pessoa ingere algum alimento achando que vai engordar, engorda mesmo. Se achar que vai fazer mal, fará mesmo”, disse o médico.

Yamamura ensina que uma atitude positiva ajuda o esforço de perder peso. “Ficar repetindo que está gorda vai fazer a mente assimilar a idéia e a pessoa vai engordar.” Uma dica do especialista é manter sempre por perto uma fotografia em que a pessoa esteja no peso ideal. “Olhar a foto e pensar que se está emagrecendo ajuda bastante”, afirmou.

O medo também é um dos causadores do excesso de peso. “A mente ainda tem registro do medo ancestral de passar fome no inverno, que vem desde os tempos do homem das cavernas. Por isso, o organismo de algumas pessoas armazena gordura. Mulheres muito preocupadas durante a gravidez costumam engordar de 20 a 30 quilos. Crianças que convivem com o medo na infância serão obesas no futuro”, disse.

O tratamento indicado por Yamamura é reequilibrar o organismo por meio de dieta, de sessões de acupuntura e da ingestão de ervas medicinais. “A dieta é a mais simples possível: coma o que você tem vontade”, disse Yamamura. O médico acredita que o ideal é fazer as refeições em restaurantes self-service, onde há bastante variedade.

Para os interessados em saber mais sobre medicina chinesa, Yamamura escreveu o livro Alimentos – Aspectos Energéticos. Na obra, o autor questiona algumas teses já consagradas na medicina ocidental, como a de que os diabéticos devem evitar açúcares e os hipertensos, o sal. “Quando o organismo doente se fortalece, ele necessita da energia proveniente de sabores antes proibidos”, disse.

Yamamura afirmou que os sabores são fontes de energia para o organismo. “O diabético deve ingerir o amargo para gerar a quantidade de doce que o baço e o pâncreas necessitam, e também evitar o ácido/azedo, que inibe o doce gerado pelo amargo. Os hipertensos precisam evitar o salgado e o doce, e ingerir o picante, que vai gerar o sal que os rins necessitam”, disse. Os cinco órgãos essenciais para a medicina chinesa são coração, pulmão, pâncreas, fígado e rins.




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