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Puxão de orelha
Da Redação
19/02/2024 | 07:41
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É extremamente contundente a entrevista concedida pelo presidente do TCE-SP (Tribunal de Contas do Estado de São Paulo), Renato Martins Costa, ao Diário. Especialmente na reprimenda que fez aos vereadores. Sem citar nomes, como é de se esperar de alguém que ocupa tão importante posto institucional, o chefe dos conselheiros paulistas diz, com todas as letras, que “arranjos partidários” impedem atualmente que praticamente todas as Câmaras Municipais cumpram a sua função constitucional de fiscalizar os atos do Poder Executivo, abrindo brecha para qualquer tipo de descaminho, do qual a corrupção é o rosto mais conhecido. Certamente os Legislativos do Grande ABC não são exceção.

Diante desta afirmação categórica do presidente do TCE-SP, os vereadores das sete cidades precisam refletir se a carapuça apresentada lhes serve. Fato é que o conselheiro não disse nada do que já não seja impressão corrente na opinião pública sobre a atividade parlamentar. Ou, para ficar em um exemplo específico, alguém acha que os vereadores de São Caetano – com uma ou duas exceções – são capazes de contrariar as ordens do prefeito José Auricchio Júnior (PSDB) para sair em favor do interesse público? E o que acontece na política são-caetanense muito provavelmente se reproduz nas outras seis Câmaras do Grande ABC, com diferenças mínimas que não alteram o padrão.

O papel dos vereadores não se limita apenas a propor leis e representar os interesses da população. Eles têm a responsabilidade constitucional de fiscalizar as ações do Executivo, garantindo que estejam em conformidade com as regras do jogo e as boas práticas de gestão pública. Ignorar essa responsabilidade é negligenciar o bem-estar da comunidade e abrir espaço para possíveis desvios e irregularidades. Que o puxão de orelhas aplicado por Renato Costa chacoalhe os legisladores do Grande ABC. É preciso que eles se comprometam com a transparência, a ética e a eficiência na gestão pública, para que os prefeitos não se desviem do bom caminho e a confiança da população nas instituições seja preservada.




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