Política Titulo Após denúncia do Diário
Apeoesp estuda ir ao MP para apurar descaso com educação em São Bernardo

Secretaria foi alocada de maneira improvisada no Cenforpe e sofre com problemas estruturais

Artur Rodrigues
07/02/2024 | 07:00
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FOTO: André Henriques/DGABC


 Após o Diário denunciar o improviso feito com a Secretaria da Educação de São Bernardo, a Apeoesp (Associação dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo) informou que estuda ir ao Ministério Público para que seja apurado o descaso do prefeito Orlando Morando com a Pasta. 

“Vamos procurar o Sindserv (Sindicato dos Servidores Públicos de São Bernardo) para que possamos fazer uma reunião juntamente com professores(as) da rede e analisarmos as medidas cabíveis. Precisamos denunciar no Ministério Público, exigir que a Câmara cumpra sua função fiscalizadora, visto que não podem prevaricar, denunciar na comissão de educação da Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo), no Ministério da Educação e na vigilância sanitária, em relação à saúde pública negligenciada como aponta a reportagem”, discorrer Aldo Santos, diretor estadual da Apeoesp. 

Na edição de ontem, o Diário mostrou a realidade enfrentada pelos funcionários da Secretaria de Educação, comandada pela secretária Sílvia de Araújo Donnini. A Pasta foi alocada para o Cenforpe (Centro de Formação de Professores) Ruth Cardoso, no bairro Planalto, após a gestão Morando vender o prédio que abrigava a Secretaria há 30 anos à iniciativa privada. 

Infiltração, lodo, falta de ar-condicionado, banheiros interditados e material didático em local insalubre são alguns dos problemas estruturais enfrentados pelos que lá trabalham. O Diário visitou o local na segunda-feira e constatou uma série de danos na estrutura. Após a publicação da reportagem, a equipe voltou ao Cenforpe na manhã de ontem e constatou que nenhum reparo foi iniciado. 

“Nós vimos a matéria, mas ninguém disse nada até agora sobre reformas. A única coisa que fizeram foi consertar o vazamento, mas isso fizeram ainda ontem (segunda-feira)”, disse uma funcionária que optou por ter sua identidade preservada. 

O vazamento a que se refere a funcionária foi registrado pela reportagem na casa de máquinas. Muita água limpa jorrava e escorria pelo ralo. O Diário também constatou a presença de água parada em alguns pontos do local. Para o diretor da Apeoesp, a situação não apenas representa um descaso com a educação do município, mas também com os funcionários da própria Prefeitura. 

“É uma condição de trabalho incompatível com as regras de higiene, expondo os funcionários a uma contaminação de uma doença que está se alastrando, que é a dengue. Isso demonstra também uma falta de manutenção na cidade por parte do poder Executivo”, comentou Aldo. 

O diretor também questionou a atuação da justiça diante do que vem sendo noticiado sobre a gestão Morando e citou problemas que vão além dos apresentados pelo Diário na edição de ontem, além de criticar a conivência da Câmara nesses casos. 

“Achamos que a justiça deveria fazer a parte dela com isenção, na medida que você tem árvores caindo e matando crianças nas escolas municipais e não acontece nada, tudo é normalizado, a educação sendo transferida para viabilizar os negócios da Prefeitura junto à iniciativa privada, e a Câmara que se tornou um puxadinho do prefeito, sem autonomia e isenção”.





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