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Ausência de vitória assola São Caetano
Anderson Fattori
Do Diário do Grande ABC
22/01/2011 | 07:58
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Vitória. Ato de derrotar o oponente. Fundamental em qualquer modalidade esportiva. Na teoria, fácil de compreender, mas na prática as equipes de vôlei e basquete de São Caetano não sabem o que é isso há muito tempo. Pela Superliga, principal competição de vôlei do País, os times amargam a lanterna tanto no masculino (15 jogos e 15 derrotas) como no feminino (oito jogos e oito derrotas). No basquete, a situação na Liga Nacional não é tão diferente (11 jogos e dez derrotas).

A explicação dos treinadores recai sempre na mesma desculpa: falta investimento. Segundo os comandantes do vôlei, a disparidade entre uma equipe e outra é gritante. "Somos o único time na disputa bancado pela Prefeitura. Todos têm mais recursos que nós, e isso faz a diferença. Realmente a situação não é fácil, estamos em uma série péssima, mas em quadra o time tem mostrado garra. Apesar de tudo, prefiro que pingue recursos e possamos disputar as competições do que seque de vez", analisa Tonico, técnico do vôlei masculino.

Hairton Cabral, que comanda as mulheres na Superliga, mostra confiança na reação a partir do segundo turno. "Nosso time não tem jogado 40% do que tem treinado. Uma hora vai embalar. Não estou preocupado, pois o investimento que temos é baixo. Estaria nervoso caso comandasse Osasco, por exemplo, que tem muito dinheiro e não tem tido bons resultados", ressalta.

O duelo contra o Pauta/São José, hoje, às 10h30, em Santa Catarina, pode ser o primeiro passo rumo à reação. O time catarinense ocupa a penúltima colocação na tabela, com apenas uma vitória em oito jogos. Caso São Caetano vença ultrapassará o rival. "Apesar do investimento ser paralelo, temos estrutura melhor que a do São José, e por isso exijo vitória", completa Hairton.

No basquete, a lanterna da Liga chega a ser humilhante. A diferença de investimento é menor e o São Caetano/Unip possui recursos superiores ao Mangueira/Petrobras, Basquete Clube e ao ABF Joinville que estão à frente. "As informações sobre corte de verbas na cidade têm prejudicado. As meninas não sabem se terão emprego no fim da competição e isso interfere muito. O time pode acabar. Mesmo assim tentamos motivá-las com muita conversa, mas é difícil reverter a situação", assume o técnico Norbeto Borracha.

 

Secretário assume baixo investimento, mas cobra retorno

 

A Prefeitura assume que, de fato, os investimentos das equipes de vôlei e de basquete de São Caetano são bem menores do que os dos rivais que aparecem nas primeiras colocações. Entretanto, o secretário de Esportes e Turismo, Mauro Chekin, foi contundente ao avaliar a humilhante participação dos times nas competições nacionais.

"Existe uma lacuna entre os grandes times e os representantes de São Caetano. Mas isso não justifica a participação pífia que estamos tendo. Não cobramos a equipe na liderança, brigando por título, mas entendemos que pelo menos dos rivais com investimento parecido com o nosso teríamos obrigação de ganhar e nem isso temos conseguido", avalia o secretário.

O desempenho das equipes, inclusive, pode determinar o encerramento das atividades diante do recente corte no orçamento do Esporte. "Vamos avaliar e ver se compensa manter esses times. Nossa reestruturação na Secretaria passa pela avaliação de cada modalidade e seu custo/benefício", conclui Chekin.




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