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Cachorro motiva duplo homicídio em Mauá
Glauco Araújo
Do Diário do Grande ABC
13/02/2003 | 20:56
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Um cachorro. Este foi o motivo para José Jorge Gonçalves, 36 anos, ter matado a tiros o casal de vizinhos – a dona de casa Delzuita de Jesus Lopes, 29, e o funileiro Ricardo Barrela, 24 – na madrugada do último dia 2. O crime aconteceu na rua Lírios dos Vales, no Jardim Hélida, em Mauá. Gonçalves está foragido.

Um ano antes do duplo assassinato, Gonçalves já tinha matado o cachorro do casal, alegando que o animal o incomodava com os latidos. A relação conturbada entre os vizinhos começou em 1998, quando a dona de casa e o funileiro mudaram para a casa ao lado de onde morava Gonçalves e sua mulher, M.G.S.G..

O contato entre eles foi amistoso até Gonçalves ficar irritado com os latidos do cachorro durante a noite. No ano passado, ele resolveu acabar com o problema e atirou no cachorro, segundo depoimento da sua própria mulher à polícia.

M. também revelou que o marido tinha o costume de andar armado e guardava um revólver calibre 38 escondido no armário do quarto, para evitar que seus dois filhos, de 6 e 14 anos, não tivessem acesso à arma.

Desde a morte do cachorro, o relacionamento entre os dois casais havia ficado estremecido, mas nunca chegou a discussões ou agressões, segundo a mulher de Gonçalves.

A tragédia começou na tarde do sábado, dia 1º, quando Gonçalves saiu de casa para ir a um bar no bairro. Por volta das 23h30, M. servia o jantar aos filhos e seu marido chegou. cerca de uma hora e meia depois, ele saiu novamente. Estava irritado por achar que Delzuita o havia entregado à polícia, que tinha apreendido seu revólver dias antes, e cobrava dela o valor referente à arma.

Ele saiu de casa por volta da 1h do domingo. Nesse momento, Maria das Graças ouviu seis tiros e o marido entrou na casa. “Ele chegou gritando: ‘deram uns tiros aí‘.” A mulher contou que o marido pegou sua motocicleta, às 3h, e disse que iria combinar um serviço de pedreiro.

“Ela (M.) disse que lavava roupa quando viu a movimentação na frente de sua casa, por volta das 11h”, disse o delegado titular da Delegacia Sede de Mauá, Américo dos Santos Neto.

O crime começou a ser solucionado quando policiais entregaram uma intimação, no dia seguinte, para Gonçalves. Ele ficou assustado com isso e preparou malas para viajar. “Disse à mulher que iria procurar um advogado”, explicou o delegado José Marcos Pimenta. Antes disso, M. já estava desconfiada do marido, que depois de acompanhar o trabalho da perícia, entrou chorando em casa.




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