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Demissões na saúde seguem sem acordo em São Bernardo

Tribunal Regional do Trabalho agendou a terceira audiência para a próxima segunda-feira; desligamentos permanecem suspensos

Artur Rodrigues
do Diário do Grande ABC
19/05/2023 | 09:28
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Divulgação/Sindsaúde

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Após a segunda audiência de reconciliação no TRT-2 (Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região) nesta semana, realizada na tarde de ontem, o processo de demissões de profissionais da rede de saúde municipal de São Bernardo, em curso desde o dia 5 de maio e que envolve trabalhadores ligados à FUABC (Fundação do ABC), gestora do Complexo Hospitalar do município, segue sem solução. Um novo encontro foi marcado para a próxima segunda-feira, e os desligamentos continuam suspensos. 

De acordo com o presidente do SindSaúde ABC, o sindicato da categoria, Almir Rogério da Silva, o Mizito, o principal objetivo é a readmissão de todos os desligados até aqui. Segundo ele, a FUABC informou ao tribunal que 97 trabalhadores foram demitidos, e que este número se elevaria para 146 até o fim desta semana. 

“Sem a reintegração, não haverá negociação. A gente só aceita negociar com a Fundação e a Prefeitura se eles readimitirem os profissionais que foram desligados. Qualquer coisa diferente disso, vai ser greve, protesto, muita luta e resistência da classe trabalhadora”, declarou Mizito. 

Além da readmissão, Mizito apresentou uma proposta para que a Prefeitura de São Bernardo, comandada por Orlando Morando (PSDB), e a FUABC abram um PDV (Programa de Demissão Voluntária), um tipo de desligamento feito por meio de acordo entre o funcionário e a empresa, que garante os direitos do trabalhador. 

“Muitos demitidos têm chegado para nós e falado que há outros funcionários em seus locais de trabalho querendo sair. Eles não saem, obviamente, por não terem a garantia de um novo trabalho e também dos direitos trabalhistas. Mas se for aberto um PDV, eles terão a segurança garantida pela lei e não haverá nenhuma saída forçada”, comentou o presidente. 

Mizito também incluiu no debate a situação da rede municipal, que já vinha enfrentando falta de profissionais mesmo antes do início das demissões. Ele pediu para que a FUABC e a Prefeitura substituam em até três meses os profissionais que saírem, e que o processo seletivo exija entrega de currículos e realização de entrevistas. 

“A saúde não pode ser cabide de emprego. Nós cuidamos da vida das pessoas, isso é muito sério”, disse. 

Diferente da primeira audiência, realizada na última segunda-feira, o secretário de Saúde de São Bernardo, Geraldo Reple Sobrinho, esteve presente e ouviu as demandas do SindSaúde. Segundo o sindicato, o chefe da Pasta garantiu que enviará as propostas para o departamento financeiro da Prefeitura e apresentará uma resposta na próxima audiência.




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