A UFABC (Universidade Federal do ABC) aderiu oficialmente ontem à greve nacional dos professores das instituições federais. Com isso, sobe para 50 o número de centros de Ensino Superior paralisados no País. Na região, o campus Diadema da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) também integra a lista. Ao todo, são cerca de 12 mil alunos sem aulas e aproximadamente 630 docentes de braços cruzados no Grande ABC.

A reivindicação do Andes (Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior) é por reestruturação do plano de carreira dos docentes. Atualmente, são quatro níveis de cargos - auxiliar, assistente, adjunto e associado -, divididos em quatro classes cada. A proposta é para divisão dos professores em 13 níveis remuneratórios com variação de 5% entre eles a partir do piso de 20 horas correspondentes ao salário-mínimo do Dieese - R$ 2.329,35.

Além de deflagrar paralisação por tempo indeterminado, votação realizada ontem com 177 professores da UFABC aprovou realização de ato conjunto com a Unifesp na terça-feira. Está agendada manifestação em frente à Bolsa de Valores, no centro da Capital, a partir das 11h. A caminhada será finalizada com assembleia das duas instituições.

A expectativa da presidente da Adunifesp (Associação dos Docentes da Unifesp), Virgínia Junqueira, é reunir 700 profissionais.

Na UFABC, reunião entre as comissões de professores definirá reivindicações próprias e programação das atividades grevistas. "Estamos esperando a volta das negociações", comenta Armando Caputi, presidente da Adufabc (Associação dos docentes da Universidade Federal do ABC).

Ontem, 20 dias após o início da greve dos educadores, foi realizada a primeira reunião do comando nacional de greve com o governo. Segundo o Andes, o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, informou que o processo de negociação seguirá e que o Ministério do Planejamento deve voltar a se reunir com as categorias na próxima semana.

No entanto, seria necessário aguardar o desdobramento da crise financeira internacional para avaliar o impacto da reestruturação dos cargos e salários para a economia do País.

EXCELÊNCIA

Em 2011, a Unifesp Diadema foi apontada pela terceira vez consecutiva a melhor universidade federal do País, segundo o IGC (Índice Geral de Cursos) das Instituições de Ensino Superior. Já na UFABC, o curso de BC&T (Bacharelado em Ciência e Tecnologia) foi mais procurado do Sisu (Sistema de Seleção Unificada), com 16,2 mil candidatos inscritos.

Alunos aderem à paralisação para apoiar professores 

Da mesma forma que alunos da Unifesp Diadema aderiram ao movimento de paralisação nacional desde o dia 22 de maio, estudantes da UFABC (Universidade Federal do ABC) decidiram interromper suas atividades em apoio aos docentes da instituição.

Não está descartada a elaboração de pauta própria dos estudantes, explica a presidente do DCE (Diretório Central dos Estudantes), Josiane Manteiga de Oliveira. Hoje, os alunos da UFABC realizarão passeata, a partir das 12h30. Munido de faixas e cartazes, o grupo partirá do campus Santo André da universidade, na Avenida dos Estados, até o Paço.

Das 50 universidades cujos docentes aderiram ao movimento, 30 apresentam paralisação dos alunos, de acordo com informação da Anel (Assembleia Nacional de Estudantes - Livre).