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O descaso com o Hospital Dr. Radamés Nardini e o envolvimento do PCC (Primeiro Comando da Capital) com a Prefeitura de Mauá fizeram com que o administrador hospitalar e professor universitário Antonio Carlos Nardini decidisse tomar uma atitude radical. Ele tentará retirar o nome de sua família do hospital.
“O nome da gente é muito sagrado para ser colocado dessa forma. Meu pai sempre foi uma pessoa séria, que trabalhou com dignidade e nunca se envolveu com o crime organizado. Quero tirar o nome da família dessa bandalheira”, desabafou, referindo-se ao pai já morto, Radamés Nardini, médico fundador do Hospital Nardini.
Inicialmente, Nardini tentará convencer o prefeito Leonel Damo a enviar para a Câmara um projeto de lei modificando a denominação do hospital. “É a maneira mais fácil neste momento. Já que o hospital está municipalizado, ele que altere o nome para o que bem entender.”
Caso não obtenha sucesso em sua empreitada, Nardini afirma que recorrerá a outras instâncias. “Vou procurar o governo estadual, a Assembléia Legislativa. Só não dá para continuar com o nome de meu pai, que tem tradição histórica aqui na região.”
Neste caso, Nardini irá propor a revogação da lei 6.872, de 6 junho de 1990, que alterou o nome inicial do hospital de Clínicas SUS 10 para Dr. Radamés Nardini. “Assim, voltará ao original, que nada tinha a ver com a minha família”, ressalta o administrador.
Ele classificou como “barbárie” o descaso com o hospital e a participação da facção criminosa na política da cidade. “Parece-me que o negócio está meio pesado em Mauá. O PCC tomando conta da Saúde, envolvimento de juiz no caso. É uma miscelânea. Por que, então, envolver o nome de uma família que somente fez o bem para a cidade? Vamos separar o bem do mal. Venho de uma família que não suporta esse tipo de coisa. Não tenho culpa se algumas pessoas tiveram uma criação desprovida de princípios básicos.”
Descaso – Nardini explica que a sua indignação está totalmente relacionada à dedicação de seu pai ao município. “Ele ajudou a emancipação de Mauá. Participamos da construção da cidade. Não é justo.” Entre outras coisas, cita a importância de Radamés na questão do Pólo Petroquímico.
“Meu pai ajudou a trazer o Pólo para Mauá. À época era o primeiro médico da Philips do Brasil, segundo empresa instalada em Capuava. Ele foi responsável pelo laudo de avaliação das empresas que vinham para cá que não fossem excessivamente poluentes”, diz.
O professor também cita a sua própria importância para a cidade, especialmente quando o Estado foi governado por Paulo Maluf. “Ajudei a trazer para Mauá seis postos de saúde, quatro escolas, entre outras coisas”, relembra, orgulhando-se do fato de a sua família ter sido responsável pela instalação da Faculdade de Desenho Industrial e da Estação de trem Guapituba. “Foi uma reivindicação para que houvesse uma parada próxima ao hospital”, argumenta.Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.