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Vereadores vão ao MP contra a venda de área pública em São Bernardo

Parlamentares querem explicações do governo Orlando Morando sobre os motivos de vender, com 5% de entrada, o imóvel à Patriani

Artur Rodrigues
18/03/2023 | 09:06
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Terreno público é vendido para a Patriani (Foto: Celso Luiz)


Os vereadores de São Bernrado Ana Nice (PT) e Julinho Fuzari (PSC) decidiram recorrer ao MP-SP (Ministério Público de São Paulo) para terem respostas do prefeito Orlando Morando (PSDB) sobre a venda dárea pública onde está a Secretaria de Educação, no bairro Nova Petrópolis, para a Construtora Patriani, de Valter Patriani, que fechou negócio com apenas 5% de entrada.

“Venderam o prédio que cuida da nossa Educação há 30 anos e leva o nome do saudoso engenheiro Salvador Arena. Continuaremos fazendo tudo que está ao nosso alcance para mostrar aos órgãos fiscalizadores o absurdo que é essa venda”, declarou Julinho ao Diário, que ainda informou que deve entrar com uma representação junto ao órgão na próxima semana.

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Ana Nice, por sua vez, já protocolou um requerimento, pedindo ao MP que apure as razões pelas quais Orlando vendeu uma área pública de quase 19 mil metros quadrados. “Nós fizemos a denúncia ao Ministério Público e estamos aguardando um deferimento. É lamentável que o prefeito da nossa cidade entregue um espaço público à iniciativa privada. O terreno poderia ser utilizado para atividades culturais e ampliação de atendimento à nossa população. Aí vai acontecer o seguinte, quando a cidade precisar de espaços culturais, vai ter que comprar. Porque nesse ritmo, não vai sobrar quase nada para a nossa população”, disse a vereadora.

Glauco Braido (PSD), que também votou contra o projeto da venda na Câmara, questionou o fato de apenas uma empresa ter participado da licitação. “Causa estranheza ter só uma empresa interessada em um terreno tão grande quanto aquele e em uma área tão nobre. Eu sou liberal, defendo o corte de gastos por parte do poder público, mas não entendo a pressa da Prefeitura em vender este terreno sem dar uma justificativa plausível”, disse o vereador.

A Prefeitura realizou a licitação do imóvel na última quinta-feira (16) e concretizou a venda à Patriani, única participante do certame. Dividida em dois lotes, o primeiro de de 8.926,86 metros quadrados, e o segundo de 9.999,25 metros quadrados, a área foi vendida por R$ 81,7 milhões.

A incorporadora se comprometeu a pagar R$ 36,6 milhões no primeiro lote, com entrada de R$ 1,8 milhão e mais 11 parcelas de R$ 3,1 milhões. Já o segundo lote teve uma oferta de R$ 45 milhões, com entrada de R$ 2,2 milhões e mais 19 parcelas praticamente do mesmo valor.

Na última segunda-feira (13), Orlando enviou um projeto retirando o nome histórico da sede da Secretaria de Educação — Edifício Engenheiro Salvador Arena — e transferindo a demoninação para um terreno na Vila Dusi, local onde ele pretende colocar a Educação. A proposta foi aprovada na sessão do dia 15.

No próximo dia 31, o governo tucano pretende se desfazer de outro terreno público, onde fica a Secretaria de Serviços Urbanos, no bairro Rudge Ramos. O Paço planeja receber R$ 101,2 milhões.
 




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