A Polícia Civil prendeu, na manhã desta sexta-feira (17), três pessoas suspeitas de terem matado o ator Yago França. A mandante do crime teria sido sua própria amiga, conhecida como Lunna Black, e o motivo foi uma dívida de cerca de R$ 40 mil.

O caso foi esclarecido quase 20 dias depois do encontro do corpo de Yago, que estava parcialmente carbonizado em uma área rural em Itapecerica da Serra. Segundo o delegado Cristiano Sacrini, do DEIC de São Bernardo, Lunna teria atraído Yago usando a religião que ambos compartilhavam como pretexto. No local, ele foi dopado e cerca de cinco horas depois foi flagrado saindo do imóvel e sendo carregado para dentro de um carro, onde foi levado por um quarto envolvido no crime, que já foi identificado pela polícia.

“Nos primeiros depoimentos, quando Yago ainda estava desaparecido, Lunna prestou esclarecimentos por ter sido a última pessoa que conversou com ele pelo WhatsApp. Ela disse que o amigo tinha saído do local antes de escurecer, mas o que vimos nas imagens é ele saindo carregado e pouco depois das 20h”, disse o responsável pela investigação.

A partir daí, já com a quebra de sigilo do celular de Lunna, os policiais descobriram que, na verdade, ela mesmo forjou as conversas entre os dois, em que Yago dizia que iria a um encontro com uma pessoa que conheceu em um aplicativo de relacionamento. “Foi uma forma de criar algo que a tirasse do crime. Ela inclusive fazia parte de grupos criados para a busca de Yago”, complementou Sacrini.

Nas redes sociais, Lunna chegou a postar uma montagem com uma série de fotos junto com Yago, acompanhada de um texto. Em um dos trechos, ela diz que em sua memória estarão, com o então amigo, “sempre os melhores momentos”.

PAGAMENTOS E DÍVIDAS 
O delegado conta que a motivação para o crime teria sido uma dívida que Lunna teria e não possuía dinheiro para pagar. Por conta disso, ela não teria repassado para Yago o dinheiro de alguns shows que eles fizeram juntos, um valor em torno de R$ 40 mil. Para evitar ser cobrada também pelo rapaz, ela teria se consultado com o líder religioso Lucas Santos de Souza e foi aconselhada a tirar a vida do amigo. Para isso, eles contrataram uma quarta pessoa, que ganharia R$ 10 mil para matar Yago. Além de Lunna, Lucas e o namorado, Robson Pereira Felipe, também foram presos. O executor do crime ainda não foi preso.

RECONHECIMENTO
Yago desapareceu no dia 27 de fevereiro, após sair de casa dizendo aos pais que iria em uma reunião com amigos, mas que voltaria para o jantar. Ele foi ao Capão Redondo, ao encontro de Lunna, Lucas e Robson, e não respondeu mais aos chamados dos familiares.

No dia 1º de março, a polícia encontrou o corpo de um rapaz carbonizado em Taboão da Serra, na Grande SP. Levado ao IML (Instituto Médico Legal) da cidade, ele Yago foi reconhecido apenas no dia 7, pela própria mãe, que identificou o filho através da barba e de algumas tatuagens.