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Rodovia da Morte mata dois por mês
Andrea Catão
Do Diário do Grande ABC
12/06/2004 | 23:20
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  Com alto índice de acidentes, a rodovia Índio Tibiriçá, conhecida como Rodovia da Morte, só deve ganhar um novo traçado e oferecer mais segurança a motoristas e pedestres no fim do ano que vem, período previsto pelo DER (Departamento de Estradas e Rodagem) para dar início à duplicação da via. Os 37 km da rodovia são marcados por trechos com asfalto ruim, curvas sinuosas, pontos de grande circulação de pedestres e poucos para ultrapassagem. Em 23 morreram vítimas de acidentes, seis por atropelamento. Até fim de maio, foram 14 mortes. Uma média de duas mortes por mês.

Em fevereiro, seis pessoas morreram em um único acidente, no Km 43, em Ribeirão Pires. Um outro ocorreu no dia 31 de maio, quando dois carros colidiram, no momento em que um deles tentava uma ultrapassagem, no Km 45, também em Ribeirão Pires.

O capitão Lourival da Silva Júnior, comandante da 1ª Companhia do 1º Batalhão da Polícia Militar Rodoviária, diz que os principais pontos de acidentes são os trevos que dão acesso aos bairros, principalmente dentro do município de Ribeirão Pires.

Ao todo, são três trevos considerados perigosos. Em todos eles, o motorista que pretende fazer a conversão tem de aguardar no acostamento. “O perigo é quando se tenta cruzar a rodovia. Como é uma região serrana, é comum ter neblina, principalmente durante o inverno”, afirmou.

Embora a via tenha ao longo dos seus 37 km diversos bairros residenciais, existem só duas passarelas. A primeira, no Km 56, serve aos moradores de Ouro Fino, em Ribeirão Pires. E a outra fica no Km 60, no bairro Palmeiras, em Suzano. Antes desses trechos, porém, existem outros aglomerados urbanos sem quaisquer segurança.

Entre os Kms 52 e 53 estão os jardins União e Bandeirantes. Duas escolas – uma estadual e outra municipal – ficam próximas à rodovia. É comum ver crianças e pais atravessando a pista sem condições de segurança. “Um semáforo seria o ideal. Mas como é uma rodovia, não há como instalar. Só que nem uma passarela constroem”, disse o motorista Eduardo Augusto do Carmo, 30 anos, morador do Jardim União, que tem uma filha de 6 anos estudando na escola municipal Cassimiro de Abreu.

A inexistência de calçadas obriga os pedestres a disputar o acostamento de terra com os veículos. Para o projeto do novo traçado, o DER (Departamento de Estradas e Rodagens) promete travessia no Parque Andreense, em Santo André, e em vários trechos de Ribeirão Pires e Suzano. Projeto que deve ser feito e concluído em 2005.

A professora Nádia Fernandes de Almeida, 36 anos, que mora em Ouro Fino, foi vítima de um acidente no Km 48, no dia 25 de maio. O carro que ocupava capotou ao tentar desviar de um ciclista. Ninguém se feriu, mas houve problemas com o socorro. “Não existem telefones para ligarmos para a Polícia Rodoviária ou para os Bombeiros. Fiquei com o carro parado no meio da pista por quase duas horas.”

“São dois os postos da polícia ao longo da rodovia (em Santo André e em Suzano). Quando o acidente é próximo somos avisados prontamente, mas dependendo do local só por ligação telefônica”, disse o capitão Lourival. Segundo ele, o aviso, em geral, é feito de telefones celulares ou dos poucos pontos em que existe um telefone público à disposição.




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