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Sucesso no ano novo pode ser conquistado na hora da virada

De conselho de avó até superstições de famosos, o Réveillon é o momento que muitos deixam o ceticismo de lado

Beatriz Mirelle
31/12/2022 | 09:10
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Celso Luiz/DGABC


A atenção durante a escolha dos alimentos que farão parte da ceia ou da roupa para o 31 de dezembro é uma forma que muitas pessoas encontram para começar o ano com o pé direito. Para aqueles que não vão à praia pular sete ondinhas, a vontade de atrair sorte e prosperidade para o novo ciclo abre oportunidades para testar qualquer ritual que prometa realizar esses desejos.

“Acredito em energia. Se pediu, você precisa dar um passo para que essas coisas aconteçam. É como querer ganhar na loteria, mas nunca jogar. Querer um novo emprego, mas nunca mandar currículo. Os rituais facilitam o processo para que as oportunidades apareçam”, explica a terapeuta holística e fisioterapeuta Nátaly Marques, 31 anos, moradora do Bairro Valparaíso, em Santo André. Há pelo menos 10 anos, ela faz algum ritual em términos de ciclos, como aniversário e passagem de ano. 

Criada em uma família rígida, Nátaly se aproximou da espiritualidade quando saiu de casa, por volta dos 20 anos de idade. Na virada de 2021 para 2022, ela usou ensinamentos que aprendeu com a avó para fazer alguns “pedidos ao universo”.

“Escrevi em folhas de louro o que queria e queimei quando deu meia-noite. Era lua minguante. Ela mingua tudo o que você quer. Por isso, escrevi ‘banir falta de saúde, de abundância e de dinheiro’. Meu ano foi incrível. Consegui um emprego, comprei apartamento e moto. Não fiquei doente”, declara.

Depois dessa maré de sorte, Nátaly se certificou de olhar o calendário de dezembro e planejar o passo a passo para hoje. Ela fará uma limpeza em casa, doando roupas velhas. Na virada, que terá lua crescente, os pedidos escritos na folha de louro serão de prosperidade e abertura de caminhos.

A jornalista Isabelle Rachel Paiva, 24, aposta nas roupas para atrair boas energias. Durante a escolha de quais peças ela vai comprar, as cores fazem toda diferença. “Sempre uso roupa nova no Natal e Ano-Novo. 2015 foi um ano ótimo. Na virada para 2016, passei com calcinha amarela e tudo desandou para mim. Na época, completei 18 anos e estava fazendo cursinho. Terminei o namoro, me afastei de amigos, tinha muita pressão de vestibular, tive colegas que não eram boas amizades. Foi terrível.”

Depois desse desastre, ela decidiu seguir a influência de famosos. Como deu certo para eles, Isabelle decidiu que era a vez dela tentar. “Lembro que a Anitta comentou que passou o Ano-Novo sem calcinha e foi ‘o ano da Anitta’. Fiz isso entre 2018 e 2019. Estava na praia, pulei sete ondinhas e pedi um namorado. Comecei a namorar. Faz três anos que estamos juntos.”

Porém, ela resolveu testar o universo em 2021 e não teve o mesmo retorno positivo que a Nátaly. “Usei duas calcinhas. Uma rosa e, de novo, uma amarela.” Segundo Isabelle, esse ano foi péssimo. Além de perder o emprego, os pais dela se separaram e ela sofreu um golpe ao tentar comprar ingressos para um show. “Nunca mais eu uso calcinha amarela no Réveillon”, confessa.

CISCA PARA TRÁS

A trancista Mayara Gomes, 25, sempre foi supersticiosa. Uma vez, a família dela preferiu ignorar qualquer dica para montar a ceia. “Não fazíamos frango porque ele cisca para trás. Quando fizemos, foi o pior ano para nossa família. Minha tia se perdeu e teve um apagão. Perdeu a memória, não reconhecia nem os filhos. Passei o ano procurando emprego. Foram vários perrengues”, relembra a moradora do Parque Capuava, em Santo André.

‘Detalhe os pedidos para o universo’

Superstição é toda crença pessoal ou coletiva que não tem explicação. Todo mundo tem uma. É o que afirma Tânia Gori, criadora do espaço místico Casa de Bruxa, em Santo André. Apesar de não ter nada que comprove, de fato, a eficácia desses rituais, o ceticismo fica sem espaço quando se precisa de uma ‘ajudinha’. Mesmo assim, é necessário pedir direito. “Às vezes, a pessoa faz pedidos muito amplos. Por exemplo, escreve ou mentaliza que quer viajar muito no próximo ano, mas não especifica para onde. Se ela mora em Ribeirão Pires e trabalha em Santo André, todos os dias ela está viajando. Detalhe os pedidos para que o universo possa entender”, aconselha Tânia. 

O ano de 2023 será regido pela lua e pelo número sete. Ambos vão estabelecer influência na espiritualidade e intuição, segundo a astrologia e numerologia. Isso contribui para o desenvolvimento de empatia, cooperação e compreensão. “Tivemos três anos bastante tensos. 2023 pede para restabelecer os laços e trabalhar o perdão. As cores branca e prata ganham uma força maior do que nos períodos anteriores. Elas ajudam no contato com a energia deste novo ciclo”, diz. “O lilás também será ótimo porque traz transformações nos caminhos.” 

Para aqueles que não acreditam na força dos planetas, outras cores podem ser utilizadas. “O azul traz calma. O vermelho atrai mais poder de ação. O amarelo é para quem quer mais oportunidades de trabalho. Já o verde serve para restabelecer a saúde no próximo ano.”

De acordo com Tânia, a gastronomia mágica é fundamental para atrair novas energias para a rotina. “Substitua carnes, como peru e porco, por salada de rúcula, tomate e manga para atrair prosperidade.” Folhas como alface, agrião e couve também devem ganhar espaço na mesa. “Troque o frango pelo peixe para ter equilíbrio emocional. Opte pela lentilha, que tem influência de Mercúrio e do Sol e trará boa comunicação e sucesso.”




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