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Censo ainda precisa ouvir 13% da população do Grande ABC

Em todo o País, dificuldades na aplicação dos questionários atrasaram cronograma; levantamento demográfico do IBGE seguirá até o fim de janeiro

Joyce Cunha
Do Diário do Grande ABC
26/12/2022 | 00:01
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Divulgação


Dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostram que 13% da população do Grande ABC ainda não respondeu ao Censo 2022. Dos 5.756 setores censitários da região, 753 não tiveram o levantamento demográfico concluído.

A cidade com o menos índice de respostas até o momento é Diadema, onde 21,5% da pesquisa não foi concluída (165 setores). Na sequência de municípios com maior atraso estão Mauá (20,7%) e Ribeirão Pires (10,8%). 

A demora em Diadema, segundo o IBGE, acontece pelo baixo número de recenseadores ativos na cidade, pelo maior número de comunidades em áreas de favela e dificuldades na divulgação de informações aos moradores sobre o Censo. 

Por conta dos problemas para a aplicação dos questionários e consequente atraso do cronograma, o IBGE prorrogou, pela segunda vez, o prazo para a realização do levantamento, até o fim de janeiro de 2023. Iniciada em agosto, a pesquisa seria concluída em outubro. A previsão foi ampliada, pela primeira vez, até o fim de dezembro. 

Em toda a região, o Instituto explica que o Censo 2022 “continua enfrentando os mesmos desafios que marcaram a coleta desde seu início, em 1º de agosto”. Entre os motivos listados estão além da falta de recenseadores, a recusa em responder “por uma pequena parcela da população” e dificuldades para a contratação de pessoas para aplicar a pesquisa. 

“No entanto, nas últimas semanas, a situação melhorou bastante e a pesquisa segue em ritmo normal”, destacou, por meio de nota, o Instituto. Rio Grande da Serra é a cidade mais avançada, com 92,5% de conclusão dos trabalhos. Na sequência estão São Caetano (91,9%), Santo André (89,9%) e São Bernardo (89,6%). 

O Grande ABC possui 930 mil domicílios a serem recenseados pelo Censo. A coleta acontece neste ano de forma 100% digital. A última pesquisa demográfica no País aconteceu em 2010. Naquele ano, as sete cidades registraram 2.551.328 habitantes. Pelos dados estimados do IBGE, em 2021 a população regional chegou a 2.825.048. O Censo é realizado a cada dez anos. O levantamento foi prorrogado por dois anos em razão da pandemia do coronavírus. 

CENÁRIO NACIONAL

Apesar do atraso, o Grande ABC está à frente no índice de setores demográficos concluídos em relação a São Paulo e ao Brasil. No Estado, 13,8% da população ainda não respondeu aos questionamentos do IBGE. Em 0,7% das áreas, a pesquisa não foi iniciada. 

Em âmbito nacional, 14,3% dos brasileiros ainda não foram ouvidos pelo Censo 2022. No País, há 89 milhões de endereços na lista de recenseamento. 

Desde 1968, lei federal estabelece a obrigatoriedade da população em fornecer dados estatísticos ao Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pessoas que se recusem a fornecer as informações dentro do prazo fixado, ou que prestarem informações falsas, podem ser multadas em até 10 vezes o valor do salário mínino. O preço da penalidade pode dobrar em caso de reincidência. 

CENSO 2022

Nesta edição da pesquisa, há três novas questões que abordam informações sobre grupos quilombolas e autismo. O Censo 2022 tem dois modelos de questionários, o simplificado (básico), aplicado em 89% dos domicílios, e o ampliado (amostra).

As perguntas são divididas em blocos. No modelo básico, são realizadas 26 perguntas sobre identificação do domicílio, informações sobre moradores, características do domicílio, identificação étnico-racial, registro civil, educação, rendimento do responsável pelo domicílio, mortalidade e dados da pessoa que prestou as informações.

O questionário da amostra possui 77 perguntas. Além dos blocos contidos no questionário básico, este modelo investiga também trabalho, rendimento, nupcialidade, núcleo familiar, fecundidade, religião ou culto, pessoas com deficiência, migração interna e internacional, deslocamento para estudo ou trabalho e autismo.

Além da pesquisa presencial, haverá a possibilidade de resposta pela internet ou por telefone. Para todos os casos é necessário aguardar a visita do recenseador.

Para garantir a segurança da população, os recenseadores do IBGE, profissionais que irão aplicar os questionários do Censo, estarão uniformizados com colete, boné, crachá, e terão computador de mão.

Pessoas acima de 12 anos, capazes de esclarecer as perguntas, podem responder ao recenseador. Os moradores podem confirmar a identidade do profissional pelo site respondendo.ibge.gov.br ou pelo 0800 721 81 81, telefone de atendimento gratuito do IBGE.

Os dados demográficos obtidos pelo Censo permitem aos gestores traçar tendências e parâmetros utilizados para ações de órgãos públicos e da iniciativa privada. O número de habitantes, por exemplo, é usado como referência para a distribuição do FPM (Fundo de Participação dos Municípios) e FPE (Fundo de Participação dos Estados), recursos proporcionais ao tamanho da população, entre outros. 




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