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Rinite alérgica ‘escolhe’ o inverno para atacar
Márcia Pinna Raspanti
Do Diário do Grande ABC
18/05/2002 | 18:33
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Com a proximidade do inverno, as mudanças de temperatura se tornam mais bruscas e os problemas respiratórios se agravam. Apesar de ser freqüentemente confundida com outras doenças, a rinite alérgica é um dos problemas mais comuns nesta época do ano.

A rinite alérgica é uma inflamação do revestimento interno do nariz, que atinge 20% da população. Como os sintomas iniciais são os mesmos – nariz entupido, coriza, espirros e dificuldade em respirar –, as pessoas muitas vezes pensam que estão com gripe ou resfriado comum.

Segundo o diretor da Sociedade Brasileira de Otorrinolaringologia, José Eduardo Lutaif Dolci, é preciso ficar alerta para que não haja um diagnóstico equivocado. “Se os sintomas não desaparecerem em dez dias, é aconselhável procurar um especialista”, disse.

Os sintomas da rinite alérgica surgem poucos minutos depois de a pessoa ter contato com o alérgeno (substância que provoca a alergia). Nem sempre é fácil identificar o causador da rinite, pois as possibilidades são muitas – poeira, ácaros, pêlos de animais, fibras de tecidos, fungos, bactérias, mofos, bolores e até certos alimentos (o que é raro).

A doença pode ser ainda um tipo de reação a fatores ambientais, como frio, poluição e cheiros fortes. Nos casos mais graves, é indicada a cirurgia para retirar parte dos cornetos nasais, que ficam inchados e dificultam a respiração.

Há dois tipos de exames que podem ser feitos para descobrir a causa da alergia, os cutâneos e os de sangue. O tratamento precisa ser feito em três instâncias: orientação ambiental, medicamentos tópicos ou via oral (corticóides) e imunoterapia (vacinas).

No Simpósio sobre Rinite Alérgica, realizado na semana passada em São Paulo, duas substâncias foram apontadas como os últimos lançamentos no combate à doença – a fexofenadina (já disponível no mercado) e a desloratadina (ainda pouco conhecida). Os medicamentos são anti-histamínicos, ou seja, neutralizam a substância produzida pelo organismo quando a pessoa entra em contato com o alérgeno, e podem ser tomados nas crises ou preventivamente, de acordo com a prescrição médica.

Cuidados em casa – As causas da rinite alérgica podem estar dentro de casa. Para melhorar a qualidade de vida do alérgico, alguns cuidados, como evitar materiais que juntem poeira no quarto (tapetes, cortinas, animais de pelúcia e estantes de livros). Mofo e umidade, assim como inseticidas, produtos de limpeza com cheiro forte também podem desencadear uma crise.

A limpeza da casa precisa ser feita com aspiradores de pó e panos úmidos, para não levantar poeira. Talcos, perfumes e fumaça de cigarro também são prejudiciais para quem sofre da doença, bem como banhos muito quentes.

As irmãs Paloma, 8 anos, e Pâmela Vieira das Almas, 12 anos, sofrem com a rinite desde pequenas. “Quando o tempo muda, sinto o nariz fechar e começo a espirrar”, disse Pâmela. Em tratamento há quase dois anos, as meninas têm conseguido evitar as crises constantes. “Já estou bem melhor. Faz tempo que não fico com a respiração difícil”, disse Paloma, que tem asma e rinite.




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