A temporada de chuvas é uma preocupação frequente da população do Grande ABC. O risco de enchentes em vias públicas é o alerta mais comum, mas, para Érica Martins Santos, 37 anos, os prejuízos atingem até as paredes da própria casa. "Desde junho, quando chove, a água desce pelo escadão e, ao invés de cair na valeta, entra em casa. Aqui fica cheio de barro."

O escadão que ela cita conecta a Avenida Itapark, na altura do número 3140, ao Jardim Agacy, em Mauá. Há três anos, a área causa apreensão na vizinhança. "Ela (escada) está cedendo, cheia de rachaduras. Cresce mato em todos os degraus. Isso fica bem na avenida. Já chamei a prefeitura várias vezes. Eles vêm aqui, capinam o mato e vão embora", destaca Érica.

Com as chuvas fortes dos últimos meses, esse problema, que já poderia estar resolvido, agravou-se. Agora, as consequências são maiores. Além da sujeira causada pela lama, os cômodos da casa de Érica estão embolorados e com infiltrações. "O muro está todo molhado. Eu chamei um pedreiro. Ele nem quis continuar a obra porque disse que não dá para ter dimensão do tamanho da infiltração, que aumenta toda vez que chove." Para tentar resolver o caso, Érica solicitou a presença da Defesa Civil de Mauá. Eles foram notificados na terça-feira (20) e apareceram para vistoria na quarta-feira (21). De acordo com a moradora, os agentes analisaram a área e atestaram os perigos que as rachaduras no escadão podem gerar.

Apesar disso, nada foi feito. "Eles falaram que abriram um chamado, mas não farão nenhuma mudança agora, que isso é algo demorado", lamenta.

Sem prazo para um retorno e sem garantias de que a prefeitura fará a revitalização do espaço, Érica reitera que o escadão interfere no cotidiano de inúmeros munícipes que passam por lá diariamente. Afirma também que a preocupação se restringe aos cuidados nos degraus. "Eu não quero que a prefeitura arrume nada na minha casa. Meu interesse é enquanto cidadã. Ao consertar o escadão, eu creio que já solucionaria os problemas que tenho dentro de casa. Não tem cabimento os vizinhos se juntarem para resolver uma questão que compete à prefeitura."

Questionada sobre o caso, a prefeitura de Mauá não respondeu.

Foto: Arquivo Pessoal