Com dois anos de atraso, Ribeirão Pires finalmente sabe quem vai conduzir seus destinos administrativos até 31 de dezembro de 2024. Guto Volpi (PL) venceu ontem (11) o pleito suplementar e está apto a assumir definitivamente a gestão do município, a qual já exercia interinamente, por ser o presidente da Câmara, desde que o titular Clóvis Volpi (PL) foi cassado pela Justiça Eleitoral. O imbróglio na eleição ribeirão-pirense deve servir de alerta aos políticos, não apenas deste município, mas também dos outros seis. Sabedores de que das decisões do cargo depende a vida da comunidade, eles deveriam se abster de entrar na disputa em caso de possuírem pendências jurídicas. Há que se ter responsabilidade.

Se quatro anos já são pouco para a implementação consistente de um projeto de governo, a ponto de o Brasil ter instituído a hipótese de reeleição na Constituição de 1988 para tentar mitigar a situação, imagine-se então quantos percalços podem decorrer de intermitências administrativas como as causadas pelo resultado eleitoral em aberto. O Grande ABC já havia vivenciado experiência semelhante em São Caetano, onde o vencedor das urnas em 2020, José Auricchio Júnior (PSDB), ficou fora da cadeira por quase um ano até resolver suas pendências judiciais. E a população são-caetanense pagou alto preço pela gestão desatrosa de Tite Campanella (Cidadania), prefeito sem a legitimidade do voto.

É preciso lembrar que no pleito de dois anos atrás, dois dos principais candidatos a prefeito de Ribeirão Pires colocaram seus nomes à disposição dos eleitores sem terem condições ­– além de Clóvis Volpi, o então chefe do Executivo, Adler Kiko Teixeira (PSDB), também possuía questionamento legal. Com a atitude inconsequente, ambos colocaram em xeque a qualidade do governo. Enquanto os cidadãos de outros municípios se preocupavam apenas com questões administrativas, os ribeirão-pirenses foram obrigados a adicionar as eleitorais ao seu dia a dia. Tudo porque faltou responsabilidade aos integrantes da classe política. Espera-se que, desta vez, o recado seja plenamente compreendido.