Política Titulo Transição
Em reuniões com aliados, Lula cita Haddad na Fazenda

Presidente eleito também confirma, em encontros, nomes de Flávio Dino no Ministério da Justiça e José Múcio Monteiro na Defesa

03/12/2022 | 08:54
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Antonio Cruz/Agência Brasil


O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse a interlocutores, em reuniões ao longo desta semana, que pretende nomear o ex-prefeito Fernando Haddad (PT) para comandar o Ministério da Fazenda e o embaixador Mauro Vieira para o Itamaraty, após ser diplomado pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral), no próximo dia 12. Lula afirmou, ainda, que o senador eleito Flávio Dino (PSB-MA) irá para o Ministério da Justiça e o ex-ministro do TCU (Tribunal de Contas da União) José Múcio Monteiro, para o comando da Defesa.

A entrada de Múcio e Dino na equipe foi confirmada por ele em pelo menos dois jantares: um na terça-feira, com o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes e o presidente do TCU, Bruno Dantas; e outro anteontem, na casa da senadora Kátia Abreu (PP-TO).

Depois, em entrevista, Lula afirmou que ninguém precisa ficar “angustiado” ou “nervoso” com a montagem de sua equipe. “Eu tenho 80% do ministério na cabeça, mas não quero construir um ministério para mim. Quero construir para as forças políticas que me ajudaram a ganhar a eleição”, disse, ontem, sem confirmar nomes.

COTA

A indicação de Dino já era dada como certa pelo próprio Lula ainda durante a campanha. “Flávio Dino que se prepare. Vai ser eleito senador, mas não será senador muito tempo, porque vai ter muita tarefa nesse País”, disse o então candidato, em setembro. O ex-governador do Maranhão já tem cumprido agenda de ministro e participado de reuniões com a Polícia Militar, Polícia Federal e secretários estaduais de Segurança Pública, acompanhando Lula em encontros com ministros do STF.

Além dele, o PSB tenta emplacar a indicação de Márcio França para o Ministério das Cidades. O partido avalia que Dino, que era do PCdoB até o ano passado, é da “cota pessoal” de Lula, e não indicação do PSB.

O jantar organizado por Kátia Abreu também contou com a presença do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e de senadores do MDB, União Brasil e PSD. Os três partidos se movimentam para dar sustentação a Lula. Em troca, desejam ocupar ministérios.

Convidados disseram que o presidente eleito não definiu qual será o espaço que cada um dos partidos terá no novo governo porque ainda tenta conciliar pressões de diferentes siglas, além de disputas internas. Lula repetiu o discurso de que o País enfrenta uma grave crise social, aliada à desestruturação de políticas públicas.

O encontro ainda serviu para que Pacheco dê prosseguimento às negociações para ser reeleito presidente do Senado. O PL, partido do presidente Jair Bolsonaro, ensaia lançar Rogério Marinho (PL-RN) para o cargo, mas a trinca União Brasil-MDB-PSD junto com o PT e mais partidos de centro direita dão um cenário confortável de provável vitória para Pacheco.




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