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Região registra mais de 16 mil casos de câncer em quatro anos

Especialistas destacam importância de exames preventivos; combate à Covid-19 reprimiu a demanda para cuidado com outras doenças

Beatriz Mirelle
27/11/2022 | 08:30
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André Henriques/DGABC


A rotina agitada, a ausência de consultas de rotina ou até o medo do diagnóstico fazem com que muitas pessoas deixem de lado os exames preventivos contra o câncer. A conscientização sobre a necessidade de se manter em alerta a respeito dessa doença também se intensificou com o conturbado cenário gerado pela pandemia do novo coronavírus e é retomada com o Dia Nacional do Combate ao Câncer, que ocorre neste domingo (27). 

Apenas entre 2019 e novembro deste ano, o Grande ABC bateu a marca de 16.501 casos da doença, com destaque para câncer de mama, ginecológicos, gastrointestinais e pele. Em números absolutos, duas das três cidades da região que realizam tratamentos oncológicos apresentaram alta nos números entre ano anterior a pandemia e 2021 (anos completos). São Caetano teve aumento de 109,4% (de 1.138 diagnósticos para 2.383) e Santo André de 13,8% (1.389 para 1.581). Na contramão, São Bernardo caiu 9,9% (de 967 para 871). 

Rodrigo Toledo, gerente médico do AME Santo André, explica que cada câncer possui sinais específicos e os exames preventivos são a melhor forma de combater a doença. Perda de apetite, diminuição de peso, alteração de hábito intestinal, inflamação e febre de origem indeterminada devem ser analisados com cautela. “As consultas de rotinas agendadas são importantes para identificar qualquer problema já que algumas doenças são mais difíceis de serem observadas.”

Sobre câncer de pele, por exemplo, Toledo destaca lesões com coloração suspeita ou que crescem rapidamente como características. Ele pontua a necessidade que mulheres com mais de 40 anos realizem mamografias anualmente. Para homens, ele aconselha exame de toque após dos 45 anos.

“A demanda por exames ficou reprimida na pandemia. Agora, os casos aumentaram muito. É importante não ficar sozinha nesse momento. O principal apoio é da família. Também é possível participar de grupos de apoio”, recomenda Vera Teruel, uma das fundadoras da ONG andreense Viva Melhor, que oferece amparo e doações para pessoas diagnosticadas com câncer de mama, o caso mais comum na região. 

O grupo oferece perucas de cabelo natural, próteses e sutiãs para pessoas mastectomizadas. Santo André faz acompanhamento em serviços próprios, contratados e/ou de referência do Estado por meio da rede de oncologia Hebe Camargo, como o Hospital Estadual Mário Covas e AME (Ambulatório Médico de Especialidades) Vila Luzita. Há cerca de 300 pacientes em tratamento na cidade pelo SUS (Sistema Único de Saúde),

O Hospital Anchieta é o primeiro serviço público da região a ofertar radioterapia. Até o início de novembro de 2022, 820 casos foram encaminhados para tratamento oncológico em São Bernardo. Desse total, 166 eram de câncer de mama, 115 de ginecológicos, 109 gastrointestinais, 96 de próstata, 40 de pulmão e 294 que englobam linfomas, câncer de pele, entre outros. 

Já São Caetano oferece cuidados no Centro De Oncologia Luiz Rodrigues Neves, Complexo Hospitalar Municipal De São Caetano Do Sul e Caism (Centro De Atenção Integral À Saúde Da Mulher). São 197 pessoas em tratamento na cidade, com 28 casos de câncer de mama, 24 de câncer de pele, 23 no estômago e 18 na bexiga.




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