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A cada dez acidentes de trânsito na região, seis são aos fins de semana

Letalidade das ocorrências no trânsito é maior às sextas-feiras e aos sábados, segundo InfoSiga

Joyce Cunha
Do Diário do Grande ABC
07/11/2022 | 08:34
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Celso Luiz/DGABC


O trânsito no Grande ABC é mais perigoso e letal entre sexta-feira e domingo. Desde 2019, foram, pelo menos, 52 acidentes registrados por fim de semana em vias da região. A cada 100 ocorrências neste intervalo, três tiveram mortes. Os dados do InfoSiga, sistema gerido pelo Detran-SP (Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo), fazem referência a 15.643 incidentes em que constam a indicação do dia da semana.

Levantamento feito pelo Diário a partir das estatísticas de trânsito do Estado apontam que, de 2019 a setembro deste ano, 31.239 acidentes foram registrados no sistema viário regional. Porém, em apenas 50% dos casos há informações disponíveis sobre dias e horários dos incidentes (confira abaixo). No cenário das 15.643 ocorrências em que é possível realizar análise, 10.073 aconteceram em fins de semana, ou seja, 64,3% do total. Em 290 ocasiões (3% dos casos), pessoas perderam as vidas nas batidas ou atropelamentos.

"As pessoas continuam a cometer infrações. O comportamento dos condutores é totalmente negligente, seja por má formação ou pela falta de consciência. E a fiscalização e as ações educativas são praticamente nulas", avaliou o consultor em segurança no trânsito e engenheiro civil, Horácio Augusto Figueira.

O índice de letalidade é ainda maior nas noites de sexta-feira e de sábado, com 48 acidentes fatais em cada um dos dias neste período (96 ocorrências). Na sequência, as madrugadas de sábado e de domingo se revelam as mais perigosas, com 40 e 45 registros trágicos, respectivamente.

Nos outros dias da semana, entre segunda e quinta-feira, 5.570 acidentes foram registrados, com mortes em 123 deles (2,2%). O início da semana tem maior índice de casos letais no período da noite ­ 25 em segundas-feiras e 26 em terças-feiras. Para que a fiscalização tenha efetividade, Figueira afirma que seria necessária a realização do monitoramento de forma aleatória, com efetivo maior de agentes e policiais preparados para as autuações. Para o especialista, este trabalho deveria acontecer 24 horas por dia, todos os dias da semana, inclusive nas noites e madrugadas dos fins de semana.

"Primeiro precisamos ter consciência da necessidade de incomodar a sociedade, para que saia da zona de conforto. E ter profissionais focados na fiscalização", considerou o especialista. "Vemos verdadeiros filmes de terror nas ruas. Criou-se uma cultura de que a moto é um veículo de emergência, e isso é uma mentira. Motociclistas utilizam a contramão, buzinando para avisar que ''''se não sair, não vou parar''''. A pergunta que não quer calar é onde está a fiscalização?", concluiu Figueira.

ACIDENTES FATAIS

Entre 2019 e setembro deste ano, as sete cidades do Grande ABC tiveram 31.239 ocorrências registradas no trânsito. Em 722 casos, com vítimas fatais. O município com o índice mais elevado de mortes é São Bernardo, que concentra 36,4% dos incidentes (263), seguido de Santo André (152), Diadema (139), Mauá (83), Ribeirão Pires (50), São Caetano (30) e Rio Grande da Serra (5).




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