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Ford, Toyota, GM...
Do Diário do Grande ABC
26/10/2022 | 08:41
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O que era leve desconforto, causado pela decisão da General Motors de dividir a produção do Tracker entre São Caetano e Argentina, se transformou ontem (25) em temor generalizado depois que o sindicato dos metalúrgicos revelou que a montadora pretende transferir da cidade do Grande ABC para Bogotá, na Colômbia, a montagem do Onix. Teme-se pelo futuro da fábrica na região, que nos últimos anos tem assistido à fuga de grandes companhias do setor automotivo, como Ford e Toyota. Chama a atenção no processo de desidratação da planta são-caetanense a inércia da administração ante episódio que pode representar uma hecatombe nas finanças municipais.

O silêncio do prefeito José Auricchio Júnior (PSDB) é estranho porque ele, como chefe do Executivo, sabe a importância que a GM representa na arrecadação de impostos e na geração de empregos. É a mesma que a Ford e a Toyota ­ para não dizer que é maior, proporcionalmente falando ­ significavam para São Bernardo, até que decidiram encerrar sua produção sem que o prefeito Orlando Morando (PSDB), pego de surpresa pelas decisões das duas montadoras, pudesse fazer nada para reverter a medida.

Auricchio, aliás, deveria utilizar o comportamento errático de Morando em relação à Ford e à Toyota como antiexemplo, fazendo o contrário. O prefeito são-caetanense tem de ter a coragem de exigir explicações claras da GM sobre as intenções futuras da companhia com o município que ele governa. Depois do mal consumado, não adianta chorar o leite derramado, como fez seu colega são-bernardense.

Não só Auricchio, aliás. A região demonstrou grande potencial político no último dia 2 ao eleger oito deputados estaduais e quatro federais. É preciso que essa força seja revertida em ações práticas para impedir que a imagem do Grande ABC se consolide internacionalmente como o "cinturão de ferrugem da América do Sul", como a revista britânica The Economist definiu o bloco das sete cidades ao registrar a debandada de empresas do segmento automotivo a partir do fechamento da Ford em São Bernardo, em 2019.




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