Setecidades Titulo Saúde
Visão, coração e futuro do mundo
Antonio Carlos Lopes
Especial para o Diário
19/09/2022 | 00:01
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Divulgação


Há trinta anos, segundo informa estudo demográfico do Conselho Federal de Medicina (CFM), tínhamos 30,8% de mulheres médicas. Em 2020, elas eram 46,6%, com tendência de alta. 

Aliás, nos grupos de mais jovens, estão chegando aos 60% atualmente na faixa de até 29 anos; e são 55,3% no grupo dos 30 aos 34anos.

Entre os médicos clínicos, especialidade à qual me dedico, as mulheres formam maioria: 52,6% frente a 47,4% de homens. As conquistas ainda são muitas por vir, claro, e elas alcançarão a todas, certamente.

Existe, entretanto, um ponto que compreendo deva ser olhado com mais carinho pelas mulheres para outro relevante avanço e exemplo à sociedade. Falo da saúde do coração. 

Não faz muito tempo, alimentávamos o mito de que os problemas cardíacos estavam à margem delas, que os homens eram mais suscetíveis e, consequentemente, as principais vítimas. 

Essa visão é distorcida e ultrapassada. Nas décadas mais recentes, com as mudanças no estilo de vida e de rotinas alimentares, a inserção no mercado de trabalho e nas disputas por cargos de liderança, o aumento do consumo de álcool, entre outros pontos, parte de nossas mulheres deixou de dedicar os cuidados necessários para preservar a própria saúde. 

Estudos médicos indicam que uma em cada cinco corre risco de sofrer um infarto, falando apenas de Brasil. As doenças cardiovasculares são a principal causa de morte entre elas, registra o Ministério da Saúde. Aproximadamente 20 mil óbitos são decorrentes de problemas cardiovasculares, sendo a primeira causa o Acidente Vascular Cerebral (AVC), seguida pelo infarto. 

Os cuidados com o coração, pontuo, devem ser uma prioridade de todos nós. Contudo, preocupada especificamente com esse cenário alarmante, a SBCM (Sociedade Brasileira de Clínica Médica) patrocina a campanha Mulher Coração, voltada à conscientização do aumento significativo de eventos cardiovasculares entre o gênero feminino. 

É uma ação educativa e de conscientização, afinal, pequenas mudanças na rotina são capazes de evitar oito em cada dez casos de doenças cardíacas. Para começar, é essencial adotar uma dieta equilibrada e saudável, optando por alimentos ricos em fibras e gorduras mono e poli-insaturadas que auxiliam na redução do colesterol ruim (LDL). São eles: soja, feijão, lentilha, grão-de-bico, tomate, peixes, azeite, alho, aveia, banana, castanhas.

Também orientamos a evitar sempre que possível sanduíches fast-food, frituras, embutidos, alimentos industrializados e carnes gordas. Além de zelar pela manutenção do peso e a prática de exercícios físicos regularmente.

Outras dicas essenciais são ir ao médico regularmente e fazer acompanhamento periódico dos índices de colesterol e da pressão arterial. Dessa forma, sem esforço ou habilidades sobrenaturais, teremos mulheres de excelente saúde. 

Agradecemos desde já, pois delas dependemos para muitas mudanças que o mundo exige e só as mulheres têm visão e coração. 




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