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Escola protesta contra onda de crimes em São Bernardo

Comunidade da E.E. João Batista Bernardes pede mais policiamento e reforça a valorização da unidade de ensino

Joyce Cunha
Do Diário do Grande ABC
17/09/2022 | 09:28
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DGABC/André Henriques


Estudantes, familiares e profissionais da E.E. (Escola Estadual Professor João Batista Bernardes), no Jardim Nazareth, em São Bernardo, protestaram ontem contra o alto índice de assaltos no entorno da unidade de ensino. O clima de insegurança, segundo a comunidade, vem crescendo. Entre os episódios mais recentes, um professor foi abordado e teve seus pertences roubados no dia 8 de setembro. 

“Neste ano um rapaz foi morto na rua da escola. Ele foi assaltar um policial que estava no carro e o policial reagiu e acabou matando um dos caras”, lembra a professora aposentada Maria Aparecida Benedito. Os crimes são antigos conhecidos dos moradores e de quem frequenta o bairro. “Faz uns três anos, teve um dia de arrastão na nossa escola. Foi antes da pandemia. Os motoqueiros cercaram a rua. Ficou uma turma do lado de cima e uma do lado de baixo. Na hora da saída dos alunos, umas 22h30. Levaram tudo. Teve aluno que foi embora só de cueca, porque roubaram até as roupas”, recorda.

Além de pedir mais policiamento no local, a comunidade também se mobilizou pela valorização da unidade de ensino, que foi alvo de crítica no programa Brasil Urgente, da Band. Ketly Silva Melo, 16 anos, do 1º ano do Ensino Médio, estuda desde 2018 na unidade. “De começo, eu não quis estudar aqui justamente por ser um bairro perigoso. Mas quando você está dentro da escola, percebe que é outra realidade. A escola é diferenciada. Aqui temos o apoio dos professores, dos gestores, dos alunos”, disse Ketly, que é membro do Grêmio Estudantil e mora no bairro. “A região é violenta. Há um tempo uma professora foi assaltada aqui. Levaram o carro dela. Eram 8h. Semana passada também assaltaram o ponto de ônibus”, destacou a aluna. 

Nádia Gibo, assistente social do Instituto Cativar, recordou que desde 2017 jovens da região participam de projetos sociais voltados à cultura de paz. “O que nos motivou a fazer isso foi a morte do Vinícius Vilela, um jovem de 15 anos da Escola Estadual Professora Maria Osório Teixeira, que foi assaltado no percurso para a escola às 7h, por causa de um celular. Hoje viemos falar sobre a importância dessa unidade (João Batista Bernardes). A única opção de transformação de uma criança e um jovem é através do estudo. Então não podemos depreciar a unidade de ensino”, argumentou Nádia. 

Questionada pelo Diário sobre as reivindicações da comunidade escolar, a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo informou que realiza estudos sobre a violência na área das escolas para o planejamento de estratégias e que está monitorando o caso. “Foi registrado boletim de ocorrência e as autoridades de segurança pública foram comunicadas para que tomassem as medidas cabíveis”. Já a Secretaria de Segurançança Pública estadual afirmou que os casos seguem em investigação pelo 8º DP (Distrito Policial) de São Bernardo, que apura as circunstâncias para tentar esclarecer os fatos. 

“Em relação à unidade de ensino citada, a Polícia Militar acompanha a dinâmica das comunidades escolares por meio do programa Ronda Escolar que, desde julho deste ano, foi ampliada nas unidades de ensino estaduais. As patrulhas incluem o contato com os diretores das escolas e o acompanhamento das atividades com a presença do policiamento ostensivo e preventivo nos arredores”. 

Em relação às reclamações sobre a redução da presença de rondas da Guarda Civil Municipal, a Prefeitura de São Bernardo afirmou que a GCM tem reforçado as ações integradas com as demais forças de segurança e vai intensificar rondas preventivas no local.




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