Nascido Mário de Souza Marques Filho em Pirapetinga (Minas Gerais), em 10 de abril de 1928, Noite Ilustrada ganhou esse nome artístico do comediante Zé Trindade, que apresentava a revista Noite Ilustrada, na qual o sambista tocava violão. Depois de morar no Rio e integrar-se à escola de samba Portela, mudou-se para São Paulo, onde cantou em boates na década de 50. No Rio, de início, acompanhou sambistas já consagrados, como Geraldo Pereira e Moreira da Silva.

Noite Ilustrada notabilizou-se como intérprete – gravou Cartola, Guilherme de Brito, Nelson Cavaquinho e Paulo Vanzolini, entre outros nomes da música brasileira – e lançou cerca de 20 LPs e CDs. O Ilustre, o primeiro álbum, chegou ao mercado em 1962 e contém Toalha de Mesa (Dora Lopes/ Carminha Mascarenhas/ Chumbo). Seu maior sucesso, Volta por Cima (Paulo Vanzolini), é do LP Noite Ilustrada, de 1963.

Colocou o vozeirão também em A Flor e o Espinho (Nelson Cavaquinho/ Guilherme de Brito/ Alcides Caminha), O Neguinho e a Senhorita (Noel Rosa de Oliveira/ Abelardo da Silva), Depois do Carnaval (Jorge Costa/ Paulo Roberto) e Tive Sim (Cartola/ Osvaldo Martins), músicas dos anos 60. Mas as portas das gravadoras já tinham se aberto em fins da década anterior – Cara de Boboca (Jaime Silva/ Edmundo Andrade) saiu em compacto.

A partir dos anos 70, por considerar sua música ultrapassada, a indústria fonográfica começou a deixar Noite Ilustrada de lado. A carreira do sambista, que já sofrera com a popularidade da bossa nova, viu-se tragada pelo movimento Tropicália. “Reconhece a queda e não desanima/ Levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima”, diz a letra de Volta por Cima. Foi o que ele fez. Em 2001 lançou seu último CD, Perfil de um Sambista, com leituras de seus principais sucessos.