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Polícia prende acusada de matar 'amigo' e assumir identidade dele

Crime teria acontecido em maio do ano passado; movimentação atípica e cruzamento de informações levaram investigadores até suspeitos

Lorena S Ávila
Do Diário do Grande ABC
01/09/2022 | 08:28
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Celso Luiz/DGABC


A Polícia Civil de São Bernardo prendeu na manhã de segunda-feira (29), a cabeleireira Marianah Munhóz, de 49 anos, acusada de planejar e assassinar Marcelo do Lago Limeira, de 49 anos, em maio de 2021. O acusado de ser cúmplice, Ronaldo Bertolini, de 27 anos, fugiu para Marília, no interior de São Paulo. Ele se apresentou na Deic de São Bernado na noite de ontem.

De acordo com informações policiais, Marianah e Ronaldo teriam planejado o assassinato de Marcelo com um mês de antecedência. Em mensagens interceptadas, a polícia descobriu que eles compraram remédios e drogas que seriam aplicadas na vítima, o que teria ocorrido dias antes do crime fatal. Investigações apontaram que Marcelo desejava fazer a transição de gênero para se transformar em uma mulher - como Marianah havia feito. Testemunhas alegaram que ele foi visto pela última vez entrando em sua própria casa na companhia de Marianah.

O caso só passou a ser investigado um ano depois do ocorrido, como desaparecimento, a partir de um boletim de ocorrência registrado pela irmã da vítima no 2° DP (Distrito Policial) de São Bernardo. O delegado Cristiano Sacrini afirmou que apesar do laço familiar, a irmã não tinha contato com Marcelo por conta de um desentendimento.

Durante investigações preliminares, a polícia descobriu que Marianah Munhóz estava usando os documentos do amigo Marcelo como se fossem os dela antes da transição de gênero, justificativa que foi aceita pelo 1° cartório de São Bernardo, onde ela fez uma procuração que dava acesso a todos os bens que ele tinha em seu nome, tais como herança e contas bancárias.

Medidas judiciais guiaram a polícia até uma viagem feita por Ronaldo e Marianah para Campo Limpo Paulista, em 21 de maio de 2021, onde eles alugaram uma chácara três dias depois da cirurgia realizada por Marcelo.

Ao cruzarem informações das ocorrências registradas na região, os investigadores descobriram que uma ossada havia sido encontrado na região, em julho de 2021.

Um laudo pericial foi solicitado e está em andamento, mas deverá comprovar que os restos mortais pertencem a Marcelo.

Em depoimento, Marianah e Ronaldo confessaram a desova do corpo, mas nenhum assumiu a autoria do crime. Conforme informado pela polícia, Marianah e Ronaldo teriam feito diversas tentativas de se livrar das provas: primeiro, eles atearam fogo no corpo, depois tentaram queimá-lo numa churrasqueira, o que não deu certo. Posteriormente, eles decidiram enterrar o corpo, mas não conseguiram cavar. Por último, os cúmplices multilaram o corpo de Marcelo, envolveram numa capa de colchão e abandonaram numa ribanceira na rodovia Edgar Máximo Zamboto, próximo a Jundiaí, interior de São Paulo. Marianah Munhóz foi presa e encaminhada para a cadeia pública de São Caetano, onde está na ala masculina, apesar de se identificar como mulher. 




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