Um quarto dos pacientes que marcaram consulta médica na rede municipal de Santo André faltou ao compromisso em julho. Os dados da própria secretaria de saúde, revelados em reportagem publicada nesta edição do Diário, expõem o problema do absenteísmo, cujas consequências são gravíssimas sob todos os aspectos – especialmente o social e o financeiro. Além de colocar em risco a qualidade de vida dos cidadãos, a ausência generalizada compromete a eficiência do sistema. O governo andreense estima prejuízo de R$ 500 mil mensais aos cofres públicos por causa da falta de aviso por parte dos pacientes.

Setenta e uma mil e noventa e nove consultas foram agendadas no mês passado na rede de saúde andreense. Todavia, 18.547 delas não aconteceram, o equivalente a 26% do total – percentual bastante elevado. Além do dinheiro desperdiçado, já que médico, auxiliares e servidores administrativos estavam mobilizados no aguardo do paciente, as faltas contribuem para aumentar as filas de espera, fazendo com que muita gente deixe de receber assistência adequada.

Entre as especialidades que mais registraram ausência de pacientes está a de cardiologia, que cuida de órgão vital e cuja celeridade no diagnóstico é fundamental para o sucesso do tratamento. E é exatamente aí que reside o problema. Quando uma pessoa falta ao procedimento já marcado tira a vez de outra, que pode ter seu problema agravado enquanto se encontra na fila de espera.

É por isso que o absenteísmo médico precisa ser combatido. A Prefeitura de Santo André garante que as unidades de saúde realizam busca ativa, como ligações para os munícipes dias antes do atendimento para confirmar a presença, e distribuem material informativo para conscientizar a população da importância de desmarcar as consultas com a maior antecedência possível no caso de não poder comparecer no dia e hora agendados. Como, a despeito dessas medidas, o índice segue alto, infere-se que falta ao cidadão fazer a parte dele para garantir um sistema de saúde mais ágil e eficaz.