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Piloto supera perda da mulher na Fórmula Vee

Marcos Fortuna revela que encontrou na categoria do automobilismo força para criar filhos

Heitor Santos
Especial para o Diário
15/06/2022 | 23:50
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Divulgação


Marcos Fortuna, 45 anos, morador de São Bernardo, é aficionado pelo automobilismo desde a infância. Sempre sonhou em pilotar, mas na juventude não tinha condições de migrar a outra categoria além do kart. Mas foi somente após fatalidade, em 2020, que experimentou pela primeira vez a sensação de sentar em bólido maior. Foi nesse ano que sua mulher morreu, vítima de câncer, deixando Marcos, filho do casal, e Thaís, filha dele. “Foi tudo muito rápido e foi algo que me abalou muito.”


Triste e sentindo-se “sedentário”, o piloto conta que enxergou no esporte forma de distração, para, mesmo que momentaneamente, esquecer as dificuldades da perda da mulher. “Trouxe disciplina, foco e concentração, preparo físico e com o tempo aqueles pensamentos ruins acabaram dando uma revertida”, alega.


Assim, veio o primeiro contato com o esporte que mudou sua vida. E foi por meio de propagandas em redes sociais e a curiosidade, somadas ao amor por corridas, que realizou o primeiro treino na Fórmula Vee. “Quando sentei no carro, fiquei completamente focado, pois era carro consideravelmente mais forte do que os karts, e ali por meia hora eram só eu, a máquina e a pista, esqueci dos meus problemas.”


A recepção da família com a ideia de competir, diz ele, inicialmente foi de “receio e preocupações”. Mas logo aceita e incentivada com a percepção da melhora que a atividade proporcionava à vida de Marcos. “O pessoal é muito receptivo, conversa, passa a experiência para quem está iniciando. Eu me senti muito à vontade assim que cheguei lá, clima de amizade e camaradagem.”


No ano seguinte ele estava inscrito na modalidade, categoria que traz apenas corredores novatos e iniciantes no automobilismo, e tem entre as principais características carros de baixo custo, corridas mais curtas, com aproximadamente 25 minutos, e alta competitividade, chegando a 208 Km/h. Existe no Brasil desde 1967 e foi porta de entrada para grandes nomes do automobilismo mundial, como os brasileiros Nelson Piquet, Emerson e Wilson Fittipaldi, além do finlandês Keke Rosberg e o austríaco Niki Lauda.


Neste ano Marcos Fortuna participa da Copa ECPA, disputada em oito etapas na cidade de Piracicaba, Interior do Estado. Funcionário de montadora de São Bernardo, o piloto acumula três pódios, ocupa a quarta posição na classificação máster – para pilotos acima dos 40 anos – e não esconde a vontade de participar do Campeonato Paulista e até mesmo de outras categorias do automobilismo, mas sempre salienta a importância da Fórmula Vee em sua vida. “Agradeço pela oportunidade que tive de fazer meu primeiro treino livre na F-Vee em 2020, foi uma forma de terapia para mim e vem me ajudando até hoje a ser forte para criar meus filhos.” 




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