Moradores esperam há seis meses ajuda para pagamento de aluguel e moradia definitiva conforme prometido pela Prefeitura
As retroescavadeiras da Prefeitura de São Bernardo terminaram de demolir na terça-feira os imóveis localizados na Rua dos Vianas, na Vila São Pedro. O processo de desapropriação começou em outubro do ano passado, quando o Paço alegou que as propriedades estavam instaladas irregularmente em terreno municipal e ocupavam área de risco, nas margens do Córrego Saracantan. A ação foi autorizada por meio de liminar concedida pelo TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo) e derrubou cerca de 100 imóveis no total.
Em outubro, a administração são-bernardense afirmou que prestaria suporte aos moradores com auxílio-aluguel até que unidades habitacionais definitivas fossem construídas. Seis meses depois, porém, as iniciativas públicas não passaram de promessas para alguns moradores e, por isso, eles decidiram entrar com ação judicial conjunta pedindo indenização pela demolição das construções.
Um dos líderes comunitários da região, que prefere não se identificar por medo de represálias, acompanha desde o início o processo de desapropriação e afirma que diversas famílias ficaram desamparadas pela Prefeitura. “O problema é que nem todos moradores foram atendidos e muitas pessoas ficaram sem moradia ou renda para viver. Algumas famílias estão pagando aluguel do próprio bolso ou estão hospedadas em casas de parentes. A situação é tão triste que, por conta do estresse e da tristeza, quatro moradores faleceram esperando resposta”, contou o líder, que mora há 36 anos no bairro e ressalta que mais de 100 pessoas perderam seus postos de trabalho que ficavam localizados no bairro.
A dona de casa Rosilane Patricia de Oliveira, 49 anos é uma das proprietárias que não recebeu assistência da Prefeitura. Ela alugava o imóvel demolido. “O valor do aluguel era minha única renda. Hoje moro de favor na casa minha filha mais velha. Ver a casa da minha mãe ser demolida partiu meu coração, porque sei o quanto ela batalhou para colocar cada tijolo naquele imóvel. Ela não roubou, não invadiu e não tirou nada de ninguém, ela comprou aquele espaço”, contou Rosilane, que compareceu duas vezes a Sehab (Secretaria de Habitação de São Bernardo) em busca de informações sobre o auxílio-aluguel, mas não obteve retorno.
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