As famílias vieram de três favelas do município (Pedreira, Vila Esperança e Vila São José). Os primeiros moradores chegaram há quatro anos, da Pedreira, por causa de obras de urbanização na favela.
Segundo a ajudante geral desempregada Maria Betânia da Silva, 32 anos, quando ela foi retirada da Pedreira, funcionários da Secretaria da Habitação e Meio Ambiente teriam dito que a remoção sairia em 90 dias. “Algumas famílias voltaram para a favela quando receberam um lote. O meu até agora não foi veio”, disse.
As família que vieram da Vila Esperança viviam em áreas de risco na favela e já tinham passado pela experiência de morar num barraco que ameaçava desabar com chuva. A remoção aconteceu entre fevereiro e março de 1999, segundo os moradores. Também moram no terreno famílias da Vila São José, retiradas da favela para a construção de um piscinão.
No terreno onde hoje vivem as 34 famílias, funcionava há dez anos uma pedreira municipal. Parte do morro que corre risco de deslizar foi retirada no período de extração de pedra. Posteriormente, a vegetação se recuperou. No topo do morro está a favela da Vila Esperança.
“A água da chuva e o esgoto proveniente das casas acima do morro vão para um único ponto de escoamento. Isso causou a erosão e, com a chuva intensa, parte do talude se desprendeu”, disse o tenente Toni Kasai, do 8º GB (Grupamentos de Bombeiros).
Pedras de pequeno tamanho e terra deslizaram na madrugada de terça sobre os barracos em decorrência da erosão do solo. Nesta quarta, a pedra de uma tonelada, com cerca de um metro e meio de diâmetro, ainda estava presa, mas sujeita a cair.
Durante duas horas, bombeiros tentaram retirar a pedra com picaretas, pás e jatos d’água. Nesta quinta, eles irão colocar explosivos para que a pedra se desprenda. “Isso diminui o risco imediato, mas é preciso realizar obras que evitem o deslizamento, como o desvio do curso d’água e a construção de um muro de arrimo”, disse Kasai.
O secretário municipal de Habitação e Meio Ambiente, Osmar Mendonça, não concedeu entrevista ao Diário. Alegou precisar autorização da assessoria de imprensa, negada. Nesta quarta à tarde, a reportagem esteve na Prefeitura e solicitou entrevista, mas funcionários da secretaria informaram que Mendonça estava em reunião e não retornaria.
O secretário de Serviços Urbanos e presidente da Defesa Civil, Gilberto Frigo, disse que só acompanhava a remoção dos moradores. Quanto à Prefeitura ter colocado em área de risco os moradores, ele disse que só Mendonça poderia falar. “Não é de responsabilidade da minha secretaria.”
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