Derly Carvalho
(Muriaé, Minas Gerais, 16-12-1939 – São Paulo, 10-3-2022)

Derly José de Carvalho deixou seu depoimento de vida no livro “O Movimento Operário no ABC Paulista contado por seus autores”, de Cido Faria, editado em 2015 pelo IMA (Instituto Centro de Memória e Atualidade). O livro registra, em destaque, o pensamento de Derly, que pode ser sintetizado nas seguintes frases:

- O golpe militar de 64 encerrou minha vida de operário.

-  A igreja me chamou dizendo que eu não podia ser militante do Partido Comunista e ao mesmo tempo participar da sociedade de jovens.

- O Sindicato daquele período tinha uma relação muito estreita com o Partido Comunista e uma visão da luta de classes, por isso trabalhava-se diuturnamente pela politização dos operários com o objetivo de tomar o poder.

- A luta hoje é entre a inteligência e a ignorância.

DEPOIMENTO

“Ele e sua família, residentes em Diadema, foram massacrados pela ditadura civil militar. Um irmão foi morto pelos militares e outros dois estão desaparecidos”, relata Cido Faria em mensagem à página Memória do Diário.

“Conheço o Derly desde 1970, quando nos encontramos na favela Lo Hermida, em Santiago do Chile, onde ele morava com a família e as crianças (três filhos). Um homem exemplar e guerreiro” - acrescenta Cido.

Em seu longo depoimento ao livro do Instituto IMA, Derly Carvalho relata sua chegada a São Bernardo:

- Vim para São Paulo naquela leva de emigrantes que estavam se deslocando do interior do Brasil para São Paulo, principalmente para o ABC, em função do programa do governo de Juscelino Kubitschek, conhecido como Programa ou Plano de Metas, com o mote “50 anos de progresso em 5 anos de realizações”, com pleno respeito às instituições democráticas.

- Em dezembro de 59, eu já tinha vários parentes, embora distantes, que já estavam morando em São Bernardo. Naquela época a grande onda era vir para São Bernardo para trabalhar nas indústrias de móveis, e os salários eram bons. Estava também em vertiginoso crescimento a indústria automotiva. Como eu tinha contato com meus primos que estavam morando em São Paulo, eu pedi a conta na oficina em Muriaé e em dezembro de 59 eu estava desembarcando na capital paulista.

A PARTIDA

Derly José de Carvalho parte aos 84 anos. Estava internado no Hospital da Luz, em São Paulo. Foi sepultado dia 11 no Jardim da Colina, em São Bernardo.

SANTO ANDRÉ

Anna Antonio Cavalini, 96. Natural de Mirassol (São Paulo). Residia no Jardim Las Vegas, em Santo André. Pensionista. Dia 10. Jardim da Colina.

Maria Ivete Leandro Lima, 82. Natural de São Carlos (São Paulo). Residia na Vila Scarpelli, em Santo André. Dia 10. Cemitério Nossa Senhora do Carmo, Curuçá.

José Mesa, 78. Natural de Urupês (São Paulo). Residia na Vila Francisco Matarazzo, em Santo André. Dia 10. Cemitério Nossa Senhora do Carmo, Curuçá.

José Ramos Vasconcelos, 74. Natural de Panelas (Pernambuco). Residia em Capuava, Santo André. Dia 10. Cemitério Nossa Senhora do Carmo, Curuçá.

Lenei Everson Cardoso, 72. Natural de Paraguaçu (Minas Gerais). Residia na Vila Eldizia, em Santo André. Dia 10. Jardim da Colina.

Maria das Graças Monteiro Senhorinho, 66. Natural de Palmares (Pernambuco). Residia no Jardim Aclimação, em Santo André. Dia 10. Cemitério Nossa Senhora do Carmo, Curuçá.

Valdeci Francisco de Oliveira, 59. Natural de Pereiro (Ceará). Residia na Vila Luzita, em Santo André. Autônomo. Dia 10. Jardim da Colina.

SÃO CAETANO

Engracia Trindade Pimentel, 93. Natural de Portugal. Residia no bairro Cerâmica, em São Caetano. Dia 10. Cemitério da Saudade, bairro Cerâmica.

Therezinha Lázara Valentini Bazam, 85. Natural do Espírito Santo do Pinhal (São Paulo). Residia na Vila Gilda, em Santo André. Dia 10, em Santo André. Cemitério da Saudade, bairro Cerâmica.

Francisco Adão Henrique de Abreu, 74. Natural de Portugal. Residia na Chácara Sergipe, em São Bernardo. Dia 10, em Santo André. Cemitério da Saudade, bairro Cerâmica.

DIADEMA

Geny Florinda de Carvalho, 81. Natural de Machacalis (Minas Gerais). Residia no Jardim Bomboé, em Diadema. Dia 10. Vale da Paz.

Luiz Alberto Guedes Costa, 61. Natural de São Paulo, Capital. Residia no Centro de Diadema. Dia 10. Cemitério Municipal de Diadema.

Geni Marinho dos Santos, 53. Natural de São Paulo, Capital. Residia no Centro de Diadema. Dia 10. Cemitério Municipal de Diadema.

Clodoaldo Inácio Ferreira, 47. Natural de Diamante do Norte (Paraná). Residia no bairro Taboão. Dia 10. Vale da Paz.