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Liminar na Justiça não impede retirada de árvore no Centro de São Bernardo

Moradores tentaram de tudo para impedir a poda; Prefeitura diz que exemplar estava doente

Renan Soares
Especial para o Diário do Grande ABC
11/03/2022 | 00:01
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Arquivo pessoal


Uma árvore no Centro de São Bernardo causou divergências entre quem frequenta o local e a Prefeitura. Localizado em frente a uma clínica veterinária, na Rua José Bonifácio, 590, o exemplar ficou no meio de uma disputa judicial. A proprietária da clínica, Maria Marta, 61 anos, se juntou a outras pessoas em uma ação popular para evitar a retirada do tronco e conseguiram uma liminar favorável, apesar disso, a Prefeitura foi ao local nesta semana e fez a remoção total. 

Segundo Maria, durante a retirada da árvore cerca de 15 pessoas tentaram convencer os funcionários da Prefeitura a desistir, mas o exemplar foi suprimido mesmo assim. “O objetivo principal era lutar e preservar o escasso meio ambiente que resta nos espaços urbanos”, disse a empreendedora. 

O problema da árvore se arrasta desde setembro de 2020. Na primeira tentativa de remoção, Maria ficou embaixo da árvore para impedir a ação da Prefeitura e acabou sendo indiciada por desobediência, tendo que comparecer à delegacia. Após o ocorrido, uma liminar foi concedida a ela com ajuda da ação popular. A dona da clínica veterinária diz que “a árvore, cuja poda inicial ia ser realizada pela Prefeitura, se trata de espécime saudável, e que não haveria a necessidade de sua poda total, mas apenas das raízes e ramificações mortas e de galhos”. O município só poderia realizar a poda total com um laudo comprovando que a árvore não estaria saudável e estaria gerando riscos à segurança de quem passa no local, no momento da remoção apenas um relatório de vistoria foi apresentado aos munícipes.

“Nós nunca fomos contra a poda das árvores, fomos contra a remoção de uma árvore sadia, uma árvore com mais de 70 anos plantada. Fui e iria de novo (ficar embaixo para impedir a ação), mas infelizmente na hora que cheguei aqui eles já estavam em cima da árvore, soltando os galhos. Da outra vez eu me posicionei embaixo antes de eles começarem, então, chegaram às 6h e quando eu cheguei já estavam efetuando essa poda, porque sabiam que eu poderia me manifestar”, disse Maria, que possui a clínica no local há mais de dez anos.

A Prefeitura de São Bernardo informa, por meio da Secretaria de Serviços Urbanos, que “a árvore estava comprometida, infectada por cupins, raízes expostas, galhos entrelaçados à fiação elétrica, além de as raízes comprometerem o passeio da calçada e favorecer acidentes. A árvore será substituída por uma outra nativa e saudável e com raízes verticais (que crescem para baixo da terra). Quanto à liminar deferida pela Justiça de São Bernardo, a decisão provisória permitia a poda total da árvore desde que houvesse comprovação de que a espécie não se encontrava saudável. Esse laudo foi juntado aos autos”. (Colaborou Carolina Helena)




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