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Mauá inaugura centro de referência para mulheres

Viva Maria vai atender vítimas de violência doméstica; sábado GCM desocupou serviço semelhante mantido por movimento social

Aline Melo
Do Diário do Grande ABC
08/03/2022 | 00:02
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Divulgação/ Redes sociais/ Prefeitura de Mauá


A Prefeitura de Mauá inaugura hoje, data em que se celebra o Dia Internacional da Mulher, o Viva Maria – Centro de Referência no Atendimento à Mulher em Situação de Violência. O equipamento, que vai funcionar na Rua Santa Cecília, no bairro Matriz, vai atuar em conjunto com outros serviços da assistência social, como o Cram (Centro de Referência em Atenção à Mulher), os Cras (Centros de Referência em Assistência Social) e outras secretarias, como Trabalho e Renda, Saúde e Educação, todos articulados no Suam (Sistema Único de Atenção à Mulher de Mauá), prestando atendimento especializado, transversal e muldisciplinar.

O equipamento está vinculado à Secretaria de Políticas para as Mulheres, cuja titular é a vice-prefeita Celma Dias (PT). “Infelizmente, menos de 300 cidades no País têm centros de referência de atendimento para mulheres vítimas de violência doméstica”, afirmou Celma, que participou na manhã de ontem de evento relacionado ao tema em uma escola estadual da cidade (leia mais abaixo).

Celma destacou que a violência contra a mulher é um problema cultural e estrutural, que precisa ser cortado pela raiz. “Passa pela conscientização de que é preciso que haja igualdade entre homens e mulheres”, afirmou. O novo equipamento vai estar de portas abertas para quem precisar dele, seja por demanda espontânea, seja encaminhada por outros serviços. “Onde houver uma mulher sofrendo violência queremos que ela possa ser atendida”, destacou. 

SERVIÇO SUSPENSO

Se hoje a Prefeitura de Mauá inaugura um importante equipamento no combate à violência doméstica, no fim de semana, a GCM (Guarda Civil Municipal) interrompeu o funcionamento de um serviço similar que é mantido há oito meses pelo Movimento de Mulheres Olga Benário. Desde o ano passado, o movimento ocupou um imóvel que já abrigou uma escola estadual, na Rua Cícero Rodrigues da Silva, na Vila Mercedes.

A Ocupação da Mulher Negra Casa Helenira Preta II (a primeira foi inaugurada em 2017, também em um imóvel ocupado na Vila Bocaína) atende mulheres vítimas de violência doméstica e em situação de vulnerabilidade com oficinas, rodas de conversa, aulas de defesa pessoal, orientações diversas, entre outros serviços. No local também morava uma das mulheres atendidas com seus três filhos pequenos. No sábado, por volta das 17h, a GCM quebrou o cadeado (família que morava no local havia saído) e não deixou mais que ninguém entrasse. A família está em uma ocupação da cidade.

Coordenadora do movimento, Luiza Fegadolli afirmou que não foi apresentado nenhum mandado de reintegração de posse do imóvel, que é público, e também não foi estabelecido diálogo com a administração. “Queremos fazer junto e não contra a Prefeitura. Esse espaço, a outra casa, nasceu da demanda urgente das mulheres mães pretas da cidade, de ter um espaço de lazer, de acolhimento”, pontuou. A Prefeitura de Mauá não respondeu sobre a desocupação até o fechamento desta edição.




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